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09:08
Todos os fins de ano fazemos planos para o ano do porvir.
No final de 2012 tracei minhas metas para 2013. Determinei-me a concluir o Curso de Direito (TCC), passar na OAB e no Mestrado do Instituto de Ciências Jurídicas da UFPa, um dos principais programas de pós-graduação do Brasil com conceito 5 na CAPES (de 0 a 6).
Produzi o Trabalho de Conclusão de Curso ainda no início do ano para ficar mais liberado para a prova da OAB e a seleção do Mestrado. Em Junho fui aprovado na OAB e em novembro no Mestrado.
Como se pode perceber 2013, para mim, foi um ano fantástico, pois é sempre bom cumprirmos as metas que nos impomos.
É óbvio que conquistas assim não se consegue sozinho, tive muita ajuda, muito incentivo, foram vitórias construídas a muitas mãos.
De todas essas conquistas a mais importante foi a aprovação do Mestrado, um sonho que eu tinha já a muito tempo e pude realizá-lo agora. Como diz o meu amigo e filósofo izabelense Pedro Eduardo, minha aprovação no Mestrado não foi uma vitória só minha, foi uma vitória da nossa geração AESIP, dos filhos de funcionários públicos que acreditaram na educação como meio de transformação pessoal e social, corroboro completamente com esta opinião do Eduardo. Para a nossa geração nada foi muito fácil, não por outro motivo que só consigo chegar ao Mestrado com 36 anos, e só terminarei o Doutorado com mais de 40.
Agradeço a todos que me ajudaram nesta caminhada vitoriosa que foi 2013, um dos anos mais importantes de minha vida, um ano que eu nunca esquecerei.
Agradeço a Sheila Marques, ao Rudá Marques e ao Teo Marques por serem aqueles por quem eu faço girar a roda do mundo.
Agradeço aos meus pais que me deram a régua e o compasso para ser vitorioso.
Agradeço aos meus sogros pelo alicerce que me dão para ter tranquilidade para seguir sempre em frente.
Agradeço aos meus professores Davi Silva, Jonismar Barbosa e Daiane Santos pelo incentivo, motivação, preocupação, dedicação e orientação.
Agradeço a todos os amigos que torceram por mim em cada batalha que travei ao longo desta ano.
Observo que isso é só o começo, ainda tenho muitos objetivos a alcançar: quero ser professor universitário do curso de Direito, quero o Doutorado, quero a magistratura ou a promotoria (ainda não me decidi). Os anos que virão serão testemunhas destas novas realizações, minha história recomeça agora: Termina a história do Bruno Marques homo literatus e começa a do Bruno Marques homojuridicus. Adianto-lhes entretanto que uma história não anula a outra, elas se complementam, elas enriquecem a minha experiência humana nesta vida.
Valeu!
Um grande abraço a todos!
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00:30
O ensino de Língua Portuguesa parou
no tempo, não só no ensino público, como muitos logo associariam a tal
afirmativa, entrementes na sua completude (claro que devem existir ilhas de
exceção como em toda boa regra). Como podemos afirmar isso? Que elementos dão
suporte à tão contundente afirmação?
Como resposta aos questionamentos,
digo apenas que não sei, pois busco ser como um filósofo antigo que existiu,
analfabeto, não sabia ler nem escrever, mas sabia questionar como ninguém, e
com seus questionamentos destruir e criar verdades. Não viso aqui o vigor do
método científico para essa explicação, viso apenas à reflexão de todos os
interessados.
Alguns dados podem nos dar provas
do que afirmo (não científicas).
Se a escola brasileira ainda ensina
como conceito de substantivo que “substantivo é a palavra que dá nome aos
seres”, como esperar que a criança brasileira saiba o que é um substantivo?
Esse exemplo simples nos mostra o quanto o
ensino da gramática ainda está preso a suas origens clássicas, mais precisamente
na Grécia. Como os primeiros a pensá-la eram filósofos, em seus conceitos
predominavam explicações de cunho semântico, esses conceitos geravam e geram
questões filosóficas, não certezas lingüísticas.
Por exemplo: no sintagma “o nada” a
palavra “nada” é sem dúvida um substantivo, no entanto não é um ser, é antes um
não ser, uma ausência do ser, apesar de que alguns defendam que o “nada” seja
um ser. Perceba, a questão deixou de ser do escopo do estudo de língua, da
Linguística e passou a ser do escopo da Filosofia.
Na minha ignorância, percebo que
até hoje no Brasil se ensina gramática assim, como os gregos a inventaram.
Nessa forma de ensinar, há predominância do uso da semântica, ou seja, os
conceitos das classes de palavras se baseiam no significado das palavras para
expor a base conceitual. O critério semântico é bom, no entanto é muito
perigoso e traiçoeiro, nos leva facilmente ao erro, é um digno canto da sereia.
De outra forma o ensino das classes
de palavras seria mais denso se em detrimento do critério semântico fossem
utilizados o critério morfossintático, em que as classes gramaticais são
conceituadas a partir da função que as palavras exercem na estrutura da
sentença.
Aprender classes gramaticais desta
forma ajuda a ler, interpreta e, escrever melhor.
Compreender que cada palavra na
organização textual desempenha uma função pragmático-comunicativa transforma o
estudante em cidadão, por que dá a ele as bases intelectivas e cognitivas para
ser um pensador autônomo capaz de interferir na realidade de sua comunidade.
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21:44
O POLÍTICO, O PUXA SACO
E O BOBO DA CORTE
Política, em seu
sentido partidário, é algo apaixonante, só quem já se envolveu em campanha
política sabe o quanto as emoções se afloram em um processo eleitoral em
especial o municipal, por envolver mais diretamente a vida das pessoas. De um
processo eleitoral municipal depende o emprego de muita gente, por exemplo.
Durante os três meses
de campanha muito se diz, desafetos são criados, irmão estranha irmão, amizades
são rompidas, até amores são perdidos.
Alguns podem dizer que
isso denota o lado egoístico da política, mesmo o lado mesquinho em alguns
casos, o que de fato é em muitos casos. Entrementes, observo que isso é normal
por um simples motivo: Envolve paixões.
Já vi muita gente se
estranhar por time de futebol, por religião, por mulher (por homem) e, como não
poderia deixar de ser, por política. O que tudo isso tem em comum? Nada menos
que paixão. Política é paixão, e como na paixão não existe razão, animosidades
são afloradas.
Entender a política como paixão, não como
razão, ajuda-nos a compreender o que difere o político do puxa saco.
O político é aquele que
durante o processo eleitoral até pode se deixar levar pelas emoções e criar
desafetos políticos, porém, após o processo eleitoral, é capaz de racionalizar
o processo e tirar conclusões racionais, como por exemplo: a) quem de fato foi
importante para o processo eleitoral em seu favor , quem foi importante contra;
b) quem dos que foram a favor devem ser agraciados, quem dos que foram contra
devem ser cooptados; c) quem dos que foram a favor são importantes para o
processo eleitoral futuro, quem dos que foram contra são importantes ter ao
lado e etc.
Passado o processo
eleitoral, o político verdadeiro é capaz de racionalizá-lo e já projetar o
tabuleiro para o processo eleitoral futuro, principalmente o político que sai
vitorioso da eleição. Esse, sobre tudo, não tem razão de alimentar rancores,
pelo simples princípio de que em política não se pode alimentar animosidades,
porque o adversário de hoje é o aliado de amanhã e vice versa.
Temos exemplos bem
paradigmáticos disso que digo tanto em nível municipal quanto estadual. Em
nível estadual quem jamais pensaria que Almir Gabriel apoiaria o PT para
governo do Estado em detrimento do Jatene?
Em nível municipal temos
dois bons exemplos. Primeiro a união de Gilberto e Cadinho. Foram antinômicos
em duas eleições e se juntaram na terceira para poder vencer a situação. Outro
exemplo foi a união do PT com o PSDB, rivais históricos unidos em torno de uma
contingência política (quem poderia imaginar nisso?).
O político verdadeiro
compreende que passado o processo eleitoral, já se inicia outro que perdura por
quatro anos. Alguns pseudo-políticos pensam que eleição é só durante os três
meses de campanha. Não se pode confundir processo eleitoral com processo
político.
O político verdadeiro
compreende política como processo dinâmico e contínuo, compreende que a
cooptação de aliados deve ser constante, em virtude disso passado o processo
eleitoral, ele busca aproximação com todos os setores políticos tanto de
oposição quanto os de situação, em especial da oposição que é de onde se pode
extrair aliados mais inusitados e que possam compensar as perdas que sempre se
registram de um processo eleitoral para outro.
Claro que nem todo político
pensa desta forma, só os mais inteligentes conseguem ter esta perspicácia de
trazer para seu lado quem era contra. Isso é coisa para um Lula, um Jader
Barbalho, um Jatene...
O puxa saco é aquele
que participa do processo eleitoral apoiando um político qualquer, em especial
o que tem mais chance de ganhar, com o fito propósito de tirar alguma vantagem
do político que chega ao poder, de preferência.
O puxa saco é aquele
que durante o processo eleitoral faz inimizades em defesa do nome de seu
político. Desconhece amigos, antipatiza irmão, se expõe ao ridículo.
O puxa saco pode ser
melhor caracterizado no momento posterior a eleição. Diferente do político
inteligente, o puxa saco alimenta animosidades, busca perseguir os adversários
acreditando que assim estará sendo ainda mais fiel ao seu político, que estará
prestando um serviço importante ao seu político e assim garantindo ainda mais
seu emprego, seu cargo de confiança.
Diferente do político
inteligente, o puxa saco não quer aproximação com os adversários, quer
distância, porque afinal a aproximação de terceiros pode ameaçar seu status quo, seu emprego pelo qual tanto
brigou, muita vez literalmente.
O puxa saco precisa
criar espantalhos para ratificar sua fidelidade, ratificar subserviência ao
político que nestes casos assume status
de príncipe.
O político congrega
sempre; o puxa saco tem por finalidade desagregar, não só adversários inclusive
aliados eleitorais. O puxa saco só quer garantir seu espaço, para isso faz
qualquer coisa: Arrefece senso crítico, fala mais baixo, anula-se como ser
pensante.
O leitor desta coluna
deve estar se perguntando: E o bobo da corte?
Ah! O bobo da corte é
aquele que se enrola na bandeira da hipocrisia, e não se contém em anular seu
senso crítico, ao contrário, defende o político de forma sine qua non. Não importa o que o político faça, se ele frauda
licitação, se sucateia o serviço de saúde, faz pouco caso da educação, da
segurança pública...
O bobo da corte é
aquele que se expõe sem pensar no dia de amanhã, só pensa em ser subserviente
ao seu político e garantir seu ganha pão momentâneo, o resto é oposição.
Enquanto o puxa saco
perde amigos, o bobo da corte perde credibilidade.
Um grande abraço a
todos, em especial àqueles que não perdem sua capacidade de pensar!
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21:43
“O
GIGANTE ACORDOU”
Nas
últimas semanas, o Brasil foi sacudido de Norte a Sul por manifestações
populares que reivindicavam melhores condições de vida para o povo brasileiro.
Foram protestos como nunca se viu antes na história deste país, algo sem
precedente, capaz de abalar as estruturas do poder político da nação.
Escrevo
este texto a fim de mostrar as causas e as conseqüências destes protestos sob o
meu ponto de vista. Antes de iniciar, advirto ser este é um fenômeno social
complexo e, por isso, ainda demorará algum tempo para nós o compreendermos
completamente, principalmente suas consequências.
Para
falar sobre as causas dos protestos, permito-me fazer uma metáfora para melhor
explicar meu ponto de vista.
Imagine,
caro(a) leitor(a), uma panela com água sobre uma forte chama, após algum tempo
exposto ao fogo a água começará a ferver, algumas bolhas da água em ebulição
começarão a subir do fundo da panela.
Em
geral as pessoas quando pretendem explicar o porquê dos protestos, só conseguem
perceber as causas superficiais, ou seja, as bolhas de água ebulindo do fundo
da panela, assim, é comum ouvir que os protestos são por causa do aumento da
passagem, ou por causa da corrupção, ou por causa da PEC 37, por causa da
saúde, da educação, da segurança... e assim por diante. Basta assistir à grande
mídia para ter acesso a essas informações.
O
que proponho é uma análise mais profunda, não estou preocupado com a água
ebulindo, pois em verdade ela é só conseqüência, não a causa da ebulição, estou
preocupado é com a chama, com o fogo que faz a água ferver. É neste sentido que
buscarei explicar o motivo dos protestos, qual a substância das manifestações?
Qual a sua causa profunda?
Inicialmente
faço o seguinte questionamento: No Brasil sempre houve corrupção dos políticos,
sempre houve descaso com a saúde, com a educação, com a segurança... porque só
agora o povo decidiu dar um basta nisso tudo?
A
explicação para este questionamento, no meu entender, aponta para a causa
profunda dos protestos históricos havidos em nosso país nos últimos dias.
O
que há de diferente hoje é fruto da revolução técnico-científico-informacional,
assim como a revolução industrial criou novos paradigmas sociais que levou à
radical transformação da sociedade por meio das revoluções burguesas, a revolução
informacional está dando mostras de sua capacidade para transformar as
sociedades.
É
importante compreendermos que este não é um fenômeno brasileiro, é mundial, foi
por meio das redes sociais que iniciou-se a primavera árabe, as revoltas contra
as eleições no Irã, os protestos contra os governos e o desemprego na Europa...
A
internet permite às pessoas se reunirem sem sair de casa, assim é possível
promover manifestos fazendo um simples convite pelas redes sociais. Todas as
revoluções sociais havidas até então necessitaram de uma entidade que as
encabeçasse para que tivesse início. As revoluções burguesas foram organizadas
dentro da Maçonaria, as revoluções socialistas dentro dos sindicatos e dos partidos
dos trabalhadores, hoje não há mais necessidade de combinar uma ação em um
espaço físico determinado, o meio virtual é suficiente, por esta razão é
difícil identificar um líder das manifestações, porque elas são espontâneas,
diferente das Diretas Já, por exemplo, em que facilmente se identificavam as lideranças
como Ulisses Guimarães, Brizola entre outros.
A
revolução técnico científico informacional dinamitou o monopólio dos meios de
comunicação ligados a uma corrente ideológica dominante, hoje as pessoas têm
acesso direto à informação sem necessitar do filtro da Globo, da Record, da
Band... Não por outro motivo, todos os meios de comunicação foram hostilizados
nas manifestações. Estes meios de comunicação perceberam seu descrédito por
isso mudaram seu enfoque sobre as manifestações, no início eram contra os
protestos, mas, à medida que o movimento foi se avolumando e ganhando o país,
mudaram de posicionamento e passaram a ser a favor.
A
revolução informacional não é a única causa dos protestos, como eu já disse,
este é um fenômeno social complexo, portanto suas causas são igualmente
complexas.
Outro
fator importante para os protestos foi a chegada da esquerda ao poder com o PT.
Durante uma geração nós saíamos às ruas para protestar contra a direita, atribuíamos
todos os problemas sociais do país à forma como a direita governava, por isso,
naquele tempo, em qualquer manifestação, em qualquer lugar do país se via
bandeiras do PT, de certa forma o PT canalizou o desejo de mudança da sociedade
brasileira a qual acreditou que a esquerda no poder melhoraria a educação, a
saúde, a segurança, o transporte público, acabaria coma a corrupção, a
sociedade acreditou porque essas eram as bandeiras de luta do partido,
entrementes, agora, 10 anos depois de o PT chegar ao poder nada foi resolvido,
a saúde continua precária bem como a educação e a segurança, assim como a
corrupção continua descontrolada, ou seja, as promessas não foram cumpridas.
Não é por outro motivo serem os protestos apartidários, na verdade os protestos
são também contra os partidos, todos os partidos, a sociedade não acredita mais
nem na esquerda nem na direita, os partidos políticos foram incapazes de
solucionar os problemas sociais do país, caíram em total descrédito diante da
população, uma vez não confiando mais nos partidos como instrumento de mudança,
o povo decidiu, ele mesmo, promover as mudanças sociais prometidas e não cumpridas.
Há
também de se observar como causa profunda dos protestos o maior esclarecimento
da população, principalmente da classe C que foi a classe a sair às ruas para
protestar. Programas como PROUNI e SISU, bem como o aumento da rede particular
de universidades absorveu uma boa camada da população em especial da classe C
que é a classe mais explorada pelo Estado, paga mais impostos e tem menos
benefícios do governo, não vê seus impostos voltarem em forma de serviços como
saúde e educação gratuita e de qualidade, transporte público digno, é esta
classe que saiu às ruas para pedir por melhoria nos serviços públicos, porque é
ela que mais financia e que tem menos retorno. Hoje, com maior nível de
escolaridade, a classe C tem plena consciência dos impostos que paga sem que
haja o retorno devido, por isso cobra.
Pode-se
acrescentar a estes três fatores que apresentei mais algum, todavia creio serem
estes os principais. Por isso, só agora o povo se insurge contra o país que
temos, a classe C mais esclarecida esperou que o PT fosse promover mudanças
profundas na sociedade, não o fez, as redes sociais serviram de meio para
canalizar as diversas insatisfações para um mesmo objetivo comum, potencializou
as insatisfações individuas de cada brasileiro consciente de que algo deveria
ser feito.
Para
finalizar esta análise atrevo-me a indicar algumas conseqüências dos protestos.
1º:
A grande mídia deve se reformular em face deste novo tipo de atuação cívica
social, não dá para fazer mais como antes em que a mídia de direita boicotava
as manifestações da esquerda, hoje os manifestos não são nem de esquerda nem de
direita, são do povo, ser contra os manifestos é ser contra o povo, ninguém
quer ficar contra o povo, principalmente os meios de comunicação.
2º:
A classe política deve ficar mais atenta aos anseios sociais e às redes sociais
que demonstraram sua força e entram de vez no cenário político brasileiro, o
político que não tiver sensibilidade para perceber isso será ultrapassado pela
história.
3º:
A educação e a saúde devem se tornar pauta principal nas eleições do próximo
ano, desta vez de verdade, não só como discurso político, mas como projeto de
governo.
4º:
O povo brasileiro ficará mais atento aos políticos que de fato se preocupam com
os serviços públicos essenciais e deve passar a rejeitar a política do pão e
circo que vigorou no nosso país até hoje.
5º:
O povo aprendeu a se mobilizar, não será difícil promover novas manifestações
tais quais as que vimos em um novo escândalo político como o do mensalão, o
povo brasileiro não engolirá mais falta graves dos governantes. Até agora
nenhum político caiu, mas isso pode acontecer, por esta razão os políticos
devem ficar mais preocupados com os seus malfeitos.
Deveremos
perceber outras conseqüências com o passar dos anos, afinal os protestos não
terminam aqui eles devem continuar no futuro.
Quero
terminar este texto expressando meu orgulho pelo povo brasileiro, e confesso
nunca ter pensado que um dia eu veria o povo do meu país lutando desta forma
por um país melhor, falo isso com os calos de quem sempre foi para rua lutar
por direitos.
A
geração anterior a minha redemocratizou o país, minha geração levou o PT ao
poder, esta nova geração vai transformar o país mais profundamente, cada
geração cumpre sua função histórica, e é importante que cumpra.
O
povo unido de fato não é vencido, é sempre vencedor.
Parabéns
ao povo brasileiro, parabéns a todos nós!
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21:42
(DES)
ORDENAMENTO URBANO
Com
o desenvolvimento e crescimento das cidades elas vão se transformando, isso é
um fato, as cidades não mantêm suas características originais porque a
sociedade é dinâmica e à medida que vai se modificando, esta modificação imprime
marcas na paisagem urbana. Não é por outro motivo que cidades com patrimônio
histórico precisam ser tombadas, para que não percam sua originalidade.
O
fato de as cidades irem alterando sua paisagem não significa que esta mudança é
para melhor, em verdade, quase sempre é para pior: igarapés são poluídos ou
soterrados, patrimônio histórico é perdido, áreas de vegetação vão se acabando.
Em vista disso o legislador pátrio criou o Estatuto das Cidades que objetiva
regular o desenvolvimento e crescimento urbano sem que isto implique na
precarização da qualidade de vida das pessoas. Hoje se tem plena consciência de
que a organização urbana das cidades deve promover bem estar aos munícipes.
O
principal instrumento para a organização urbana é o Plano Diretor, obrigatório
para cidades com mais de 20.000 habitantes. A função do Plano é ordenar o
território do município estabelecendo, por exemplo, áreas para indústria e
áreas habitacionais para que não surjam problemas como os que existem quando
uma indústria está instalada em um bairro populacional evitando assim problemas
sociais.
Observo
com muita preocupação um grave problema no ordenamento urbano de nossa cidade
que é fruto da leniência do poder público que não assume seu papel de ordenador
do espaço público.
Em
muitos bairros da cidade, em quase todos, é possível perceber que os cidadãos
estão avançando seus terrenos e casas sobre as ruas de forma a não deixar
espaço para acostamento, calçadas que permitam o trânsito de pedestres. Isso se
torna mais grave porque em virtude do crescimento do país e da indústria
automotiva nossa cidade tem mais carros, como nunca antes.
É
comum passarmos pelas ruas e vermos carros estacionados sobre a rua, fechando
uma faixa toda, por não ter espaço para isso na frente das casas, basta dar uma
volta no bairro Nova Brasília para presenciar isso.
A
falta de consciência dos cidadãos e a leniência do poder público criam um ciclo
vicioso que há anos vem desorganizando os alinhamentos das ruas de Santa Izabel.
O cidadão avança seu muro, sua casa sobre o acostamento das ruas e o poder
público não toma providências, e como o poder público não toma providências,
outros cidadãos vão avançando também se sentindo à vontade para isso uma vez
que não haverá qualquer punição por esta atitude individualista. O resultado
deste ciclo vicioso está nas ruas de nossa cidade.
Compreendo
que não seja um problema fácil de resolver, principalmente porque esta prática
de tomar conta de frações do espaço público está disseminada pela cidade,
entrementes, quanto mais tempo vai passando sem que providências sejam tomadas
mais o problema se agrava.
Uma
atitude precisa ser tomada já, se não para reversão do quadro atual, pelo menos
para sua contenção, ou seja, não se permitir que novas apropriações indevidas
do espaço urbano público aconteçam.
O
que torna difícil a tomada de uma providência em relação a este problema é o
fator político, reverter o quadro atual do problema implicaria em desgaste para
o gestor municipal, pois ele deveria tomar a atitude impopular de solicitar a
destruição de muros, salas, pátios, além do problema de eventuais indenizações.
Por isso nunca foi feito, por isso as gestões foram e são lenientes com o
problema.
Inobstante
a estes desgastes eventuais que o poder público teria, creio que a maior parte
da população prefere uma cidade bem ordenada que uma cidade onde não exista
calçada para os pedestres transitarem.
Um
grande abraço a todos e felicidades sempre!
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21:33
PROGRAMA MIX CULTURAL
Todos os domingos de
9:00 às 12:00, na Rádio Aquarius, há a apresentação do programa Mix
Cultural feita pelo professor e filósofo
Pedro Eduardo. È um programa que começou com uma hora de apresentação, de 9:00
às 10:00, mas foi ganhando espaço no gosto do público e hoje estende-se por
quase toda a manhã dos domingos.
Escrevo sobre este
programa de rádio este mês, não por ele em si, mas pelo motivo de seu grande
sucesso.
O segredo do sucesso do
professor e radialista Pedro Eduardo é o resgate de nossa izabelensinidade por
meio de um humor que busca no populesco izabelense sua inspiração e graça.
A perspicácia do
radialista em compreender sua comunidade, permite-lhe extrair dela suas
características cômicas apropriando-se assim de um saber local e expondo este
saber aos seus ouvintes que por serem em sua maioria izabelenses reconhecem as
características de nossa gente, de nossa cultura, aquilo que nos faz
izabelenses e nos diferencia de outras comunidades.
Segundo observação do
professor Pedro Eduardo a vaia do izabelense é diferente de todas as vaias do
mundo, nós izabelenses temos uma vaia que é só nossa, e é verdade senão
vejamos. Em todos os cantos a vaia é entoada com um som vocálico velar,
arredondado; em Santa Izabel a vaia tem som vocálico palatal, não-arredondado.
Na prática fica assim:
·
No
resto do mundo: UUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!
·
Em
Santa Izabel: IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!
De acordo com o Eduardo,
a vaia izabelense possui um complemento necessário, após a sequência dos sons
vocálicos palatais, não-arredondados há a obrigatoriedade de se dizer a
expressão “imuuuuundo”, logo a vaia do izabelense é assim em sua plenitude:
·
IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
imuuuuundo!!!!
Para continuar
exemplificando este aspecto cômico izabelense explorado com perfeição pelo
Eduardo em seu programa, vale falar sobre os tipos de bucho. Conforme o Eduardo
expõe em seu programa o izabelense identifica vários tipos de bucho a saber:
·
Bucho de égua: é um bucho grande e duro.
·
Bucho de lama: é um bucho grande e mole.
·
Bucho de gó: é um bucho pequeno e duro,
é um estágio anterior ao bucho de égua.
·
Bucho de nós todos: é um bucho enorme.
·
Bucho de lamprea... E por aí vai.
Além de resgatar estas gozações típicas de nosso
povo, o programa Mix Cultural se diferencia por quebrar esteriótipos e
preconceitos. É o único programa do mundo que faz promoção cujo prêmio pode ser
1 litro de açaí, 1 Kg de farinha, 10 uxis... Enquanto isso muitos outros
programas correm atrás de patrocinador para premiara seus ouvintes com celular,
tablet...
Já tive a oportunidade de ser entrevistado duas
vezes no programa, uma ainda no início quando estava começando, e outra mês
passado. Pude perceber in lócus o
quanto o programa cresceu e se popularizou, durante a programação o telefone da
rádio não para de tocar, são ligações de todos os bairros da cidade.
O programa Mix Cultural fala sobre nossa cidade para
os izabelenses que adoram saber sobre Santa Izabel.
O programa do professor Pedro Eduardo é um esteio
importante de nossa izabelensinidade, afinal, à medida que vamos fazendo parte
da região metropolitana de Belém é natural perdemos nossa identidade, para
compreender isso basta observar Ananindeua e Marituba, qual a identidade destas
cidades, qual a identidade cultural do povo destas cidades se não ser apenas a
extensão de Belém.
Parabenizo a todos que fazem o programa Mix
Cultural: Muhamede, Magal e especialmente o seu idealizador o professor e amigo
Pedro Eduardo a quem tanto admiro.
Um grande abraço e felicidade a todos!
Postado por BLOG DO BRUNO MARQUES -
21:33
NADA DO GOVERNO, TUDO PELO GOVERNO
Estava
eu certo sábado assistindo ao jogo Flamengo e Volta Redonda pelo primeiro turno
do Cariocão em janeiro ainda, concentrado na partida acompanhei uma jogada do
Leo Moura pela direita do ataque rubro-negro, entrementes, antes da conclusão
do lance, dispersei minha atenção da jogada e fixei meus olhos em uma grande
faixa estendida no alambrado do estádio, estava escrito nela: NADA DO FLAMENGO,
TUDO PELO FLAMENGO.
A partir deste momento perdi-me um pouco da
partida e passei a divagar sobre a política- pensamento em mim sempre
recorrente. Lembrei-me que dias antes, um conhecido que encontrei na rua
contou-me o quanto estava desiludido com o governo do Dr. Gilberto, disse-me
ele:
-
Apesar dos poucos dias de governo já estamos decepcionados!
Procurei
entender o porquê da tão eloqüente afirmação, afinal, mesmo agora, ainda não é
possível fazer uma avaliação consistente do governo do Dr. está só no início,
ainda não tem nem 100 dias que é quando se faz uma primeira avaliação de todo
governo neófito. Mais ainda interessei-me pela prosa, porque o conhecido havia
trabalhado na campanha do Dr.
No
desenrolar da conversa descobri que a decepção era porque, o meu conhecido,
ainda não tinha conseguido uma vaga na prefeitura mesmo tendo trabalhado de
“graça” para o Dr. na campanha. Como dizem: O de “graça” às vezes sai caro.
Quando
vi a frase no alambrado do jogo do Mengão, lembrei-me deste episódio porque
penso que o mesmo amor e respeito que temos pelo nosso time de coração, deveríamos
ter pelos governantes a quem apoiamos para que cheguem ao poder para nos governar,
não devemos apoiar candidatos esperando que eles façam por nós individualmente,
somos nós quem devemos fazer por eles e pela nossa cidade (Estado e Nação).
Afinal, se eu apoio um candidato de “graça” e quando ele chega ao poder eu
cobro dele um emprego, isso significa então que o de “graça”, não foi de
“graça”, teve um custo, diferido é certo, mas um custo.
Quando
deixamos de apoiar um candidato por acreditar que ele possa nos governar bem, e
passamos a apoiá-lo porque esperamos dele qualquer benesse caso ele chegue ao
poder, mostramos que de fato não estamos preocupados com nossa cidade, antes
com nossa própria vida, com nossa própria individualidade.
Digo
isso porque não é só esse conhecido meu que está “decepcionado” com o atual
governo, muitos outros correligionários do amarelo também estão chateados
porque ainda não pegaram sua “boquinha”. Governo algum é para dar “boquinha” a
ninguém, governo é para gerir a cidade com responsabilidade, controlando gastos
com pessoal para poder fazer os investimentos necessários que a cidade tanto
precisa: asfalto, esgoto. sinalização de trânsito...
Se a prefeitura ceder à pressão dos
correligionários que fizeram a campanha de “graça” para o Dr., não vai
conseguir cumprir com as promessas que fizeram o Dr. ganhar a eleição
comprometendo assim indubitavelmente a reeleição.
De
forma geral os brasileiros vêem o envolvimento com a política como meio de
conseguir um emprego ou qualquer outra vantagem do poder, não como meio de
melhorar a sociedade.
Os
brasileiros, de modo geral, deveriam devotar um pouco do amor que sentem pelos
clubes de futebol aos governantes que apóiam e em quem acreditam para votar, assim
quem sabe um dia nós veremos uma faixa dizendo: NADA DO GOVERNO, TUDO PELO
GOVERNO.
Quando
este dia chegar, tenho certeza de que nós teremos uma sociedade melhor, porque
todos se sentirão responsáveis por ela. Quando este dia chegar as pessoas não
votarão mais por favores, por saco de cimento, por tijolo, por dentadura... por
emprego; votarão por consciência do que é melhor para todos, para a
coletividade.
Despeço-me
aqui. Um grande abraço a todos!
Postado por BLOG DO BRUNO MARQUES -
21:28
MANGAS,
DOCES MANGAS, MANGAS QUE NÃO VOLTAM MAIS
Outro
dia, eu estava no primeiro andar do Colégio Antonio Lemos, onde trabalho; olhei
pela janela da sala de aula e vi várias mangas pelo o chão umas maduras, outras
em decomposição, mangas...mangas...muitas mangas.
No
momento em que as vi, tive um insight, tomou-me
avassaladoramente lembranças de meu passado, lembranças dos meus 12, 13, 14
anos; tempo em que eu estudava no CEAL, aquelas mangas faziam parte de minha
história de estudante.
Àquele
tempo, mais cedo que todos os outros moleques, queria eu chegar à escola, queria
chegar cedo o bastante para não rivalizar nenhuma manga com qualquer deles, nem
sempre eu conseguia, às vezes quando eu chagava, já estava por baixo da
mangueira o Korebe, o Pelado, o Kioshi, o Cacá, o Lioca... Para dizer a
verdade, quando um dos meninos já estava lá, ficava mais emocionante procurar
manga no mato sob a árvore, quando alguém encontrava alguma, era como se fora
um gol na final de campeonato, achar uma manga tendo chegado depois dos outros,
era motivo para muita gozação e alegria.
Em
minha vida de estudante só fui suspenso uma única vez, por causa da manga,
chupávamos as mangas antes de iniciar a aula, certa vez sujei meu uniforme e
fiquei exalando manga na sala, a professora não
gostou...secretaria...suspensão. Fiquei triste por ter sido suspenso,
entrementes isso não me fez deixar de ir procurar manga cedo em baixo das
mangueiras da escola, mesmo com a proibição de mamãe, só passei a ter mais
cuidado com a camisa do uniforme.
Fiquei
alguns minutos olhando para aquelas mangas ali no chão, tantas mangas
apodrecendo, tantos alunos na escola e nenhum deles foi salvá-las dos
microorganismos decompositores que se preparavam para cumprir sua função de
eliminar as frutas não aproveitadas...rejeitadas.
Pensei:
Quisera eu chegar à escola em meu tempo e vê-las tantas ali a minha espera;
naquele tempo muitas vezes eu ficava sem nada.
Hoje
os alunos quando chegam à escola não procuram as mangueiras, as jaqueiras, os
jambeiros, os pés de carambola, antes procuram a lanchonete, e cedo ainda,
antes do início das aulas, pedem uma coca-cola e tomam-na acompanhada por um
salgado.
Após
essa reflexão, sopesei o quanto a Santa Izabel de hoje não tem mais os encantos
da Santa Izabel da minha infância, das ruas sem tantos carros, sem tantos
buracos, sem tanto lixo, encantos da cidade que aprendi a amar e na qual sempre
quis viver. Naquele tempo ninguém morria atropelado nas ruas de nossa cidade,
ninguém era assassinado em praça pública, muito menos era vítima de bala
perdida, não se ouvia falar em seqüestro, invasão de domicílio...
Naquele
tempo os meninos chupavam manga; hoje, tomam uma coca-cola. Nossa cidade mudou,
e com ela mudamos todos nós.
Felicidades
a todos e um grande abraço!