Financiamento público

 

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Para não ficarem sozinhos no cerrado, os supostos envolvidos nos desdobramentos das apurações das denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes, cuidam de espalhar spray de pimenta em outras pastas.
Embora Luiz Pagot, ex-Dnit, não tenha revelado nada de importante em seu depoimento no Senado, ocorrido nesta manhã, deixou claro que “tudo o que fez” foi autorizado pelo Ministério do Planejamento e que o órgão que dirigia é um colegiado no qual o Partido dos Trabalhadores “manda” tanto quanto ele mandava.
Coincidentemente, na manhã de hoje, mesmo dia do depoimento de Pagot, a “Folha de S. Paulo” abriu manchete reportando que uma empreiteira de Maringá no Paraná, a Sanches Tripoloni, “que concentrou doações eleitorais para partidos aliados do governo e é alvo de investigações por irregularidades, aumentou em 1.273% seus contratos com o Dnit”.
Revela a matéria que a Sanches Tripoloni, “saiu de R$ 20 milhões em 2004 para R$ 267 milhões no ano passado.”.
A “Folha” faz questão de citar dois beneficiários de doações da Tripoloni: “o senador Blairo Maggi (PR-MT) e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ministro Paulo Bernardo (Comunicações).”.
Por mais de uma vez eu já me manifestei, inclusive aqui, favorável à oficialização do financiamento público de campanha, pela simples razão que, de fato, ele já existe.
Empresários e banqueiros não são anjos de caridade: dão com uma só mão e recebem com as mãos de todos os que compõem a diretoria.

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