A preocupação com o impasse nas negociações em torno de um novo teto para a dívida pública dos Estados Unidos, temperada com o agravamento da crise da dívida na Europa, adicionou ontem novos prejuízos aos mercados de capitais. As bolsas caíram na Ásia, Europa, Estados Unidos e Brasil, enquanto o ouro avançou para níveis recordes em Londres e Nova York e o dólar recuou ante as seis principais moedas.
Em depoimento no congresso estadunidense, o presidente do Federal Reserve Ben Bernanke, anunciou que não haverá novos estímulos à economia através da política de “relaxamento quantitativo” (emissão incessante de moedas), voltando atrás no que tinha insinuado um dia antes. As autoridades econômicas estão situadas hoje entre a cruz e a espada. A corrosão econômica, com o desemprego em alta, clama por estímulos, mas os riscos do derrame de dólares sobre os preços já são alarmantes..
As pressões inflacionárias, que não existiam em 2008 e 2009 em função da recessão, recomendam cautela com as emissões, segundo Bernanke. "Hoje, a situação é bem mais complexa", disse. As expectativas de inflação vão claramente ultrapassar a meta do FED. A situação lembra a estagflação dos anos 1970.
Bernanke também não escondeu as preocupações com a crescente possibilidade histórica de calote, caso não se aumente o atual teto do endividamento público, de US$ 14,3 trilhões, ultrapassado em maio. Se o impasse prevalecer entre a Casa Branca e o Congresso, os States não terão como honrar seus compromissos e evitar o calote.
O humor azedou ainda mais nos mercados após a Moody’s Investors Service avisar ontem que os Estados Unidos podem ter sua nota de classificação de risco (relativa à dívida soberana) rebaixada, perdendo o rating "AAA" que possuem desde 1917, e a Fitch Ratings cortou o rating da Grécia, notando que a derrocada "é uma possibilidade real".
Na opinião do presidente do FED, o não pagamento de débitos terá consequências dramáticas para a economia. Haveria um aumento das taxas de juros da dívida, o que repercutiria sobre os juros dos créditos, as hipotecas, e aumentaria o déficit fiscal. Um calote, acrescentou, levará a "cortes nos pagamentos de qualquer pessoa que receba benefícios sociais, nos pagamentos de serviços e dos salários das Forças Armadas".
O problema também deixa os credores com a pulga atrás da orelha. Em Pequim, um porta-voz do Executivo fez um apelo à Casa Branca para que adote "políticas responsáveis e medidas que garantam os interesses dos investidores". A China é o maior credor dos Estados Unidos (mais e um trilhão de dólares). A agência qualificadora chinesa Dagong Global Credit Rating também alertou para a derrocada dos EUA.
A situação atual, nos EUA e na Europa, configura um agravamento da crise iniciada em 2007 pela desordem no sistema bancário dos Estados Unidos, que contaminou o resto do mundo e demandou pesadas intervenções dos governos na economia, o que ampliou os déficits públicos e exacerbou os desequilíbrios fiscais. O tiro saiu pela culatra. O Estado capitalista, nesses casos, não foi capaz de reverter a crise, e sim contribuiu para agravá-la.
As pressões inflacionárias, que não existiam em 2008 e 2009 em função da recessão, recomendam cautela com as emissões, segundo Bernanke. "Hoje, a situação é bem mais complexa", disse. As expectativas de inflação vão claramente ultrapassar a meta do FED. A situação lembra a estagflação dos anos 1970.
Bernanke também não escondeu as preocupações com a crescente possibilidade histórica de calote, caso não se aumente o atual teto do endividamento público, de US$ 14,3 trilhões, ultrapassado em maio. Se o impasse prevalecer entre a Casa Branca e o Congresso, os States não terão como honrar seus compromissos e evitar o calote.
O humor azedou ainda mais nos mercados após a Moody’s Investors Service avisar ontem que os Estados Unidos podem ter sua nota de classificação de risco (relativa à dívida soberana) rebaixada, perdendo o rating "AAA" que possuem desde 1917, e a Fitch Ratings cortou o rating da Grécia, notando que a derrocada "é uma possibilidade real".
Na opinião do presidente do FED, o não pagamento de débitos terá consequências dramáticas para a economia. Haveria um aumento das taxas de juros da dívida, o que repercutiria sobre os juros dos créditos, as hipotecas, e aumentaria o déficit fiscal. Um calote, acrescentou, levará a "cortes nos pagamentos de qualquer pessoa que receba benefícios sociais, nos pagamentos de serviços e dos salários das Forças Armadas".
O problema também deixa os credores com a pulga atrás da orelha. Em Pequim, um porta-voz do Executivo fez um apelo à Casa Branca para que adote "políticas responsáveis e medidas que garantam os interesses dos investidores". A China é o maior credor dos Estados Unidos (mais e um trilhão de dólares). A agência qualificadora chinesa Dagong Global Credit Rating também alertou para a derrocada dos EUA.
A situação atual, nos EUA e na Europa, configura um agravamento da crise iniciada em 2007 pela desordem no sistema bancário dos Estados Unidos, que contaminou o resto do mundo e demandou pesadas intervenções dos governos na economia, o que ampliou os déficits públicos e exacerbou os desequilíbrios fiscais. O tiro saiu pela culatra. O Estado capitalista, nesses casos, não foi capaz de reverter a crise, e sim contribuiu para agravá-la.