QUESTÃO DIFÍCIL

Poxa Bruna, tu levantas uma questão bem complicada.

Primeiro gostaria de te dizer que estamos melhorando a qualidade de nosso voto, porém a nossa organização política jurídica brasileira funciona como uma força centrífuga que leva a todos para a corrupção, para ganhar uma eleição é preciso ter dinheiro, todos sabem disso, veja o exemplo do desconhecido Chico da Pesca e do próprio Puty, foram eleitos com dinheiro de esquemas de corrupção. Talvez o financiamento de campanha tivesse que ser público para dar chances iguais para todos. Essa é uma questão.

Em segundo lugar quero te dizer que a classe política, nas democracias representativas, é reflexo do povo diretamente, ou seja, em nossa sociedade, a maioria das pessoas só querem levar vantagem, se a merendeira da escola leva merenda pública para casa, se o polícial rodoviário cobra proprina, se o motorista paga propina, se alguém acha uma carteira na rua e não devolve, se alguém não devolve o troco que recebe a mais, se o professor finge que dá aula, se o pastor fica com dinheiro da igreja, se as pessoas não perdem a oportunidade de levar vantagem do Estado, que tipo de políticos nós teremos? Lembre-se ninguém nasce político, ele sai do seio do povo, ele faz parte do povo, se povo é corrompível, como o político não será, se ele também é povo? Deixe uma carteira com R$50,00 na rua com seu nome e telefone dentro, você acha que quem achar vai te ligar?

Quanto a eleger alguém do povo, não creio que isso seja a solução, veja o Caso do Duciomar, você quer alguém com origem mais popular que ele? E veja o tipo de político que ele é. Veja alguns vereadores de nossa cidade, muitos tem origem popular como o Nunes, e aí resolveu? O ex-prefeito do Tauá era professor, e hoje não pode disputar eleição porque desviou mais de meio milhão de reais, resolveu? Quanto a isto a questão não é de classe social, mais de formação moral.