RAZÕES POLÍTICAS E A GREVE DOS PROFESSORES NO PARÁ

A greve dos professores do Estado não deve ser interpretada apenas do ponto de vista jurídico e/ou social, é preciso entender a hermenêutica política para se compreender as possíveis consequências do movimento para os professores.

Eu acredito que se a greve continuar haverá retaliação do governo, ao pedir a prisão dos companheiros William e Conceição Holanda, o governo deixou expresso ao que está disposto. A questão é, por que o governo está disposto a ser intransigente? Quais suas motivações? São essas perguntas que me proponho a responder.

Por uma óptica política é fácil de entender quais as consequências da greve para os professores: Haverá penalidades do meu ponto de vista.

O governo Jatene não está disposto a pagar o mesmo preço eleitoral o qual Ana Júlia aceitou. É notório que a ocorrência das greves anuais do governo passado o desgastou politicamente. As greves demonstravam o estado precário da educação no Pará, pela recorrência de várias greves a sociedade de certa forma sentiu isso mais de perto.

De um lado estão os professores que é reduto tradicional da esquerda, de outro a inquietação que a greve provoca negativamente para o governo na sociedade que se não toma atitude é taxado de fraco. Politicamente o governo deve optar pela segunda opção.

Eu creio que seja provável a penalização dos professores, o objetivo deste ato é inibir acima de tudo que os professores façam greve no ano que vem. O governo tentará evitar pela força que se repita o mesmo do governo passado. Esgotando a via da negociação de forma unilateral.

Os professores devemos estar determinados para enfrentarmos o que está por vir, é hora de sermos firmes e entendermos que a luta de classes não é fácil e que não devemos recuar no primeiro confronto, devemos ir até o final, pois o direito é nosso. De outra forma, não tem razão de ser nossa greve. A greve de verdade começa agora!