AGRADECIMENTO

Todos os fins de ano fazemos planos para o ano do porvir.

No final de 2012 tracei minhas metas para 2013. Determinei-me a concluir o Curso de Direito (TCC), passar na OAB e no Mestrado do Instituto de Ciências Jurídicas da UFPa, um dos principais programas de pós-graduação do Brasil com conceito 5 na CAPES (de 0 a 6).

Produzi o Trabalho de Conclusão de Curso ainda no início do ano para ficar mais liberado para a prova da OAB e a seleção do Mestrado. Em Junho fui aprovado na OAB e em novembro no Mestrado.

Como se pode perceber 2013, para mim, foi um ano fantástico, pois é sempre bom cumprirmos as metas que nos impomos.

É óbvio que conquistas assim não se consegue sozinho, tive muita ajuda, muito incentivo, foram vitórias construídas a muitas mãos.

De todas essas conquistas a mais importante foi a aprovação do Mestrado, um sonho que eu tinha já a muito tempo e pude realizá-lo agora. Como diz o meu amigo e filósofo izabelense Pedro Eduardo, minha aprovação no Mestrado não foi uma vitória só minha, foi uma vitória da nossa geração AESIP, dos filhos de funcionários públicos que acreditaram na educação como meio de transformação pessoal e social, corroboro completamente com esta opinião do Eduardo. Para a nossa geração nada foi muito fácil, não por outro motivo que só consigo chegar ao Mestrado com 36 anos, e só terminarei o Doutorado com mais de 40.

Agradeço a todos que me ajudaram nesta caminhada vitoriosa que foi 2013, um dos anos mais importantes de minha vida, um ano que eu nunca esquecerei.

Agradeço a Sheila Marques, ao Rudá Marques e ao Teo Marques por serem aqueles por quem eu faço girar a roda do mundo.

Agradeço aos meus pais que me deram a régua e o compasso para ser vitorioso.

Agradeço aos meus sogros pelo alicerce que me dão para ter tranquilidade para seguir sempre em frente.

Agradeço aos meus professores Davi Silva, Jonismar Barbosa e Daiane Santos pelo incentivo, motivação, preocupação, dedicação e orientação.

Agradeço a todos os amigos que torceram por mim em cada batalha que travei ao longo desta ano.

Observo que isso é só o começo, ainda tenho muitos objetivos a alcançar: quero ser professor universitário do curso de Direito, quero o Doutorado, quero a magistratura ou a promotoria (ainda não me decidi). Os anos que virão serão testemunhas destas novas realizações, minha história recomeça agora: Termina a história do Bruno Marques homo literatus e começa a do Bruno Marques homojuridicus. Adianto-lhes entretanto que uma história não anula a outra, elas se complementam, elas enriquecem a minha experiência humana nesta vida.

Valeu!

Um grande abraço a todos!


HÁ ALGO DE PODRE NO REINO DA ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO (OUT-2013)

O ensino de Língua Portuguesa parou no tempo, não só no ensino público, como muitos logo associariam a tal afirmativa, entrementes na sua completude (claro que devem existir ilhas de exceção como em toda boa regra). Como podemos afirmar isso? Que elementos dão suporte à tão contundente afirmação?
Como resposta aos questionamentos, digo apenas que não sei, pois busco ser como um filósofo antigo que existiu, analfabeto, não sabia ler nem escrever, mas sabia questionar como ninguém, e com seus questionamentos destruir e criar verdades. Não viso aqui o vigor do método científico para essa explicação, viso apenas à reflexão de todos os interessados.
Alguns dados podem nos dar provas do que afirmo (não científicas).
Se a escola brasileira ainda ensina como conceito de substantivo que “substantivo é a palavra que dá nome aos seres”, como esperar que a criança brasileira saiba o que é um substantivo?
 Esse exemplo simples nos mostra o quanto o ensino da gramática ainda está preso a suas origens clássicas, mais precisamente na Grécia. Como os primeiros a pensá-la eram filósofos, em seus conceitos predominavam explicações de cunho semântico, esses conceitos geravam e geram questões filosóficas, não certezas lingüísticas.
Por exemplo: no sintagma “o nada” a palavra “nada” é sem dúvida um substantivo, no entanto não é um ser, é antes um não ser, uma ausência do ser, apesar de que alguns defendam que o “nada” seja um ser. Perceba, a questão deixou de ser do escopo do estudo de língua, da Linguística e passou a ser do escopo da Filosofia.
Na minha ignorância, percebo que até hoje no Brasil se ensina gramática assim, como os gregos a inventaram. Nessa forma de ensinar, há predominância do uso da semântica, ou seja, os conceitos das classes de palavras se baseiam no significado das palavras para expor a base conceitual. O critério semântico é bom, no entanto é muito perigoso e traiçoeiro, nos leva facilmente ao erro, é um digno canto da sereia.
De outra forma o ensino das classes de palavras seria mais denso se em detrimento do critério semântico fossem utilizados o critério morfossintático, em que as classes gramaticais são conceituadas a partir da função que as palavras exercem na estrutura da sentença.
Aprender classes gramaticais desta forma ajuda a ler, interpreta e, escrever melhor.
Compreender que cada palavra na organização textual desempenha uma função pragmático-comunicativa transforma o estudante em cidadão, por que dá a ele as bases intelectivas e cognitivas para ser um pensador autônomo capaz de interferir na realidade de sua comunidade.



JORNAL DESTAK- SETEMBRO 2013

O POLÍTICO, O PUXA SACO E O BOBO DA CORTE
Política, em seu sentido partidário, é algo apaixonante, só quem já se envolveu em campanha política sabe o quanto as emoções se afloram em um processo eleitoral em especial o municipal, por envolver mais diretamente a vida das pessoas. De um processo eleitoral municipal depende o emprego de muita gente, por exemplo.
Durante os três meses de campanha muito se diz, desafetos são criados, irmão estranha irmão, amizades são rompidas, até amores são perdidos.
Alguns podem dizer que isso denota o lado egoístico da política, mesmo o lado mesquinho em alguns casos, o que de fato é em muitos casos. Entrementes, observo que isso é normal por um simples motivo: Envolve paixões.
Já vi muita gente se estranhar por time de futebol, por religião, por mulher (por homem) e, como não poderia deixar de ser, por política. O que tudo isso tem em comum? Nada menos que paixão. Política é paixão, e como na paixão não existe razão, animosidades são afloradas.
 Entender a política como paixão, não como razão, ajuda-nos a compreender o que difere o político do puxa saco.
O político é aquele que durante o processo eleitoral até pode se deixar levar pelas emoções e criar desafetos políticos, porém, após o processo eleitoral, é capaz de racionalizar o processo e tirar conclusões racionais, como por exemplo: a) quem de fato foi importante para o processo eleitoral em seu favor , quem foi importante contra; b) quem dos que foram a favor devem ser agraciados, quem dos que foram contra devem ser cooptados; c) quem dos que foram a favor são importantes para o processo eleitoral futuro, quem dos que foram contra são importantes ter ao lado e etc.
Passado o processo eleitoral, o político verdadeiro é capaz de racionalizá-lo e já projetar o tabuleiro para o processo eleitoral futuro, principalmente o político que sai vitorioso da eleição. Esse, sobre tudo, não tem razão de alimentar rancores, pelo simples princípio de que em política não se pode alimentar animosidades, porque o adversário de hoje é o aliado de amanhã e vice versa.
Temos exemplos bem paradigmáticos disso que digo tanto em nível municipal quanto estadual. Em nível estadual quem jamais pensaria que Almir Gabriel apoiaria o PT para governo do Estado em detrimento do Jatene?
Em nível municipal temos dois bons exemplos. Primeiro a união de Gilberto e Cadinho. Foram antinômicos em duas eleições e se juntaram na terceira para poder vencer a situação. Outro exemplo foi a união do PT com o PSDB, rivais históricos unidos em torno de uma contingência política (quem poderia imaginar nisso?).
O político verdadeiro compreende que passado o processo eleitoral, já se inicia outro que perdura por quatro anos. Alguns pseudo-políticos pensam que eleição é só durante os três meses de campanha. Não se pode confundir processo eleitoral com processo político.
O político verdadeiro compreende política como processo dinâmico e contínuo, compreende que a cooptação de aliados deve ser constante, em virtude disso passado o processo eleitoral, ele busca aproximação com todos os setores políticos tanto de oposição quanto os de situação, em especial da oposição que é de onde se pode extrair aliados mais inusitados e que possam compensar as perdas que sempre se registram de um processo eleitoral para outro.
Claro que nem todo político pensa desta forma, só os mais inteligentes conseguem ter esta perspicácia de trazer para seu lado quem era contra. Isso é coisa para um Lula, um Jader Barbalho, um Jatene...
O puxa saco é aquele que participa do processo eleitoral apoiando um político qualquer, em especial o que tem mais chance de ganhar, com o fito propósito de tirar alguma vantagem do político que chega ao poder, de preferência.
O puxa saco é aquele que durante o processo eleitoral faz inimizades em defesa do nome de seu político. Desconhece amigos, antipatiza irmão, se expõe ao ridículo.
O puxa saco pode ser melhor caracterizado no momento posterior a eleição. Diferente do político inteligente, o puxa saco alimenta animosidades, busca perseguir os adversários acreditando que assim estará sendo ainda mais fiel ao seu político, que estará prestando um serviço importante ao seu político e assim garantindo ainda mais seu emprego, seu cargo de confiança.
Diferente do político inteligente, o puxa saco não quer aproximação com os adversários, quer distância, porque afinal a aproximação de terceiros pode ameaçar seu status quo, seu emprego pelo qual tanto brigou, muita vez literalmente.
O puxa saco precisa criar espantalhos para ratificar sua fidelidade, ratificar subserviência ao político que nestes casos assume status de príncipe.
O político congrega sempre; o puxa saco tem por finalidade desagregar, não só adversários inclusive aliados eleitorais. O puxa saco só quer garantir seu espaço, para isso faz qualquer coisa: Arrefece senso crítico, fala mais baixo, anula-se como ser pensante.
O leitor desta coluna deve estar se perguntando: E o bobo da corte?
Ah! O bobo da corte é aquele que se enrola na bandeira da hipocrisia, e não se contém em anular seu senso crítico, ao contrário, defende o político de forma sine qua non. Não importa o que o político faça, se ele frauda licitação, se sucateia o serviço de saúde, faz pouco caso da educação, da segurança pública...
O bobo da corte é aquele que se expõe sem pensar no dia de amanhã, só pensa em ser subserviente ao seu político e garantir seu ganha pão momentâneo, o resto é oposição.
Enquanto o puxa saco perde amigos, o bobo da corte perde credibilidade.

Um grande abraço a todos, em especial àqueles que não perdem sua capacidade de pensar!

JORNAL DESTAK- JUNHO 2013

“O GIGANTE ACORDOU”
Nas últimas semanas, o Brasil foi sacudido de Norte a Sul por manifestações populares que reivindicavam melhores condições de vida para o povo brasileiro. Foram protestos como nunca se viu antes na história deste país, algo sem precedente, capaz de abalar as estruturas do poder  político da nação.
Escrevo este texto a fim de mostrar as causas e as conseqüências destes protestos sob o meu ponto de vista. Antes de iniciar, advirto ser este é um fenômeno social complexo e, por isso, ainda demorará algum tempo para nós o compreendermos completamente, principalmente suas consequências.
Para falar sobre as causas dos protestos, permito-me fazer uma metáfora para melhor explicar meu ponto de vista.
Imagine, caro(a) leitor(a), uma panela com água sobre uma forte chama, após algum tempo exposto ao fogo a água começará a ferver, algumas bolhas da água em ebulição começarão a subir do fundo da panela.
Em geral as pessoas quando pretendem explicar o porquê dos protestos, só conseguem perceber as causas superficiais, ou seja, as bolhas de água ebulindo do fundo da panela, assim, é comum ouvir que os protestos são por causa do aumento da passagem, ou por causa da corrupção, ou por causa da PEC 37, por causa da saúde, da educação, da segurança... e assim por diante. Basta assistir à grande mídia para ter acesso a essas informações.
O que proponho é uma análise mais profunda, não estou preocupado com a água ebulindo, pois em verdade ela é só conseqüência, não a causa da ebulição, estou preocupado é com a chama, com o fogo que faz a água ferver. É neste sentido que buscarei explicar o motivo dos protestos, qual a substância das manifestações? Qual a sua causa profunda?
Inicialmente faço o seguinte questionamento: No Brasil sempre houve corrupção dos políticos, sempre houve descaso com a saúde, com a educação, com a segurança... porque só agora o povo decidiu dar um basta nisso tudo?
A explicação para este questionamento, no meu entender, aponta para a causa profunda dos protestos históricos havidos em nosso país nos últimos dias.
O que há de diferente hoje é fruto da revolução técnico-científico-informacional, assim como a revolução industrial criou novos paradigmas sociais que levou à radical transformação da sociedade por meio das revoluções burguesas, a revolução informacional está dando mostras de sua capacidade para transformar as sociedades.
É importante compreendermos que este não é um fenômeno brasileiro, é mundial, foi por meio das redes sociais que iniciou-se a primavera árabe, as revoltas contra as eleições no Irã, os protestos contra os governos e o desemprego na Europa...
A internet permite às pessoas se reunirem sem sair de casa, assim é possível promover manifestos fazendo um simples convite pelas redes sociais. Todas as revoluções sociais havidas até então necessitaram de uma entidade que as encabeçasse para que tivesse início. As revoluções burguesas foram organizadas dentro da Maçonaria, as revoluções socialistas dentro dos sindicatos e dos partidos dos trabalhadores, hoje não há mais necessidade de combinar uma ação em um espaço físico determinado, o meio virtual é suficiente, por esta razão é difícil identificar um líder das manifestações, porque elas são espontâneas, diferente das Diretas Já, por exemplo, em que facilmente se identificavam as lideranças como Ulisses Guimarães, Brizola entre outros.
A revolução técnico científico informacional dinamitou o monopólio dos meios de comunicação ligados a uma corrente ideológica dominante, hoje as pessoas têm acesso direto à informação sem necessitar do filtro da Globo, da Record, da Band... Não por outro motivo, todos os meios de comunicação foram hostilizados nas manifestações. Estes meios de comunicação perceberam seu descrédito por isso mudaram seu enfoque sobre as manifestações, no início eram contra os protestos, mas, à medida que o movimento foi se avolumando e ganhando o país, mudaram de posicionamento e passaram a ser a favor.
A revolução informacional não é a única causa dos protestos, como eu já disse, este é um fenômeno social complexo, portanto suas causas são igualmente complexas.
Outro fator importante para os protestos foi a chegada da esquerda ao poder com o PT. Durante uma geração nós saíamos às ruas para protestar contra a direita, atribuíamos todos os problemas sociais do país à forma como a direita governava, por isso, naquele tempo, em qualquer manifestação, em qualquer lugar do país se via bandeiras do PT, de certa forma o PT canalizou o desejo de mudança da sociedade brasileira a qual acreditou que a esquerda no poder melhoraria a educação, a saúde, a segurança, o transporte público, acabaria coma a corrupção, a sociedade acreditou porque essas eram as bandeiras de luta do partido, entrementes, agora, 10 anos depois de o PT chegar ao poder nada foi resolvido, a saúde continua precária bem como a educação e a segurança, assim como a corrupção continua descontrolada, ou seja, as promessas não foram cumpridas. Não é por outro motivo serem os protestos apartidários, na verdade os protestos são também contra os partidos, todos os partidos, a sociedade não acredita mais nem na esquerda nem na direita, os partidos políticos foram incapazes de solucionar os problemas sociais do país, caíram em total descrédito diante da população, uma vez não confiando mais nos partidos como instrumento de mudança, o povo decidiu, ele mesmo, promover as mudanças sociais prometidas e não cumpridas.
Há também de se observar como causa profunda dos protestos o maior esclarecimento da população, principalmente da classe C que foi a classe a sair às ruas para protestar. Programas como PROUNI e SISU, bem como o aumento da rede particular de universidades absorveu uma boa camada da população em especial da classe C que é a classe mais explorada pelo Estado, paga mais impostos e tem menos benefícios do governo, não vê seus impostos voltarem em forma de serviços como saúde e educação gratuita e de qualidade, transporte público digno, é esta classe que saiu às ruas para pedir por melhoria nos serviços públicos, porque é ela que mais financia e que tem menos retorno. Hoje, com maior nível de escolaridade, a classe C tem plena consciência dos impostos que paga sem que haja o retorno devido, por isso cobra.
Pode-se acrescentar a estes três fatores que apresentei mais algum, todavia creio serem estes os principais. Por isso, só agora o povo se insurge contra o país que temos, a classe C mais esclarecida esperou que o PT fosse promover mudanças profundas na sociedade, não o fez, as redes sociais serviram de meio para canalizar as diversas insatisfações para um mesmo objetivo comum, potencializou as insatisfações individuas de cada brasileiro consciente de que algo deveria ser feito.
Para finalizar esta análise atrevo-me a indicar algumas conseqüências dos protestos.
1º: A grande mídia deve se reformular em face deste novo tipo de atuação cívica social, não dá para fazer mais como antes em que a mídia de direita boicotava as manifestações da esquerda, hoje os manifestos não são nem de esquerda nem de direita, são do povo, ser contra os manifestos é ser contra o povo, ninguém quer ficar contra o povo, principalmente os meios de comunicação.
2º: A classe política deve ficar mais atenta aos anseios sociais e às redes sociais que demonstraram sua força e entram de vez no cenário político brasileiro, o político que não tiver sensibilidade para perceber isso será ultrapassado pela história.
3º: A educação e a saúde devem se tornar pauta principal nas eleições do próximo ano, desta vez de verdade, não só como discurso político, mas como projeto de governo.
4º: O povo brasileiro ficará mais atento aos políticos que de fato se preocupam com os serviços públicos essenciais e deve passar a rejeitar a política do pão e circo que vigorou no nosso país até hoje.
5º: O povo aprendeu a se mobilizar, não será difícil promover novas manifestações tais quais as que vimos em um novo escândalo político como o do mensalão, o povo brasileiro não engolirá mais falta graves dos governantes. Até agora nenhum político caiu, mas isso pode acontecer, por esta razão os políticos devem ficar mais preocupados com os seus malfeitos.
Deveremos perceber outras conseqüências com o passar dos anos, afinal os protestos não terminam aqui eles devem continuar no futuro.
Quero terminar este texto expressando meu orgulho pelo povo brasileiro, e confesso nunca ter pensado que um dia eu veria o povo do meu país lutando desta forma por um país melhor, falo isso com os calos de quem sempre foi para rua lutar por direitos.
A geração anterior a minha redemocratizou o país, minha geração levou o PT ao poder, esta nova geração vai transformar o país mais profundamente, cada geração cumpre sua função histórica, e é importante que cumpra.
O povo unido de fato não é vencido, é sempre vencedor.
Parabéns ao povo brasileiro, parabéns a todos nós!




JORNAL DESTAK- AGOSTO DE 2013

(DES) ORDENAMENTO URBANO
Com o desenvolvimento e crescimento das cidades elas vão se transformando, isso é um fato, as cidades não mantêm suas características originais porque a sociedade é dinâmica e à medida que vai se modificando, esta modificação imprime marcas na paisagem urbana. Não é por outro motivo que cidades com patrimônio histórico precisam ser tombadas, para que não percam sua originalidade.
O fato de as cidades irem alterando sua paisagem não significa que esta mudança é para melhor, em verdade, quase sempre é para pior: igarapés são poluídos ou soterrados, patrimônio histórico é perdido, áreas de vegetação vão se acabando. Em vista disso o legislador pátrio criou o Estatuto das Cidades que objetiva regular o desenvolvimento e crescimento urbano sem que isto implique na precarização da qualidade de vida das pessoas. Hoje se tem plena consciência de que a organização urbana das cidades deve promover bem estar aos munícipes.
O principal instrumento para a organização urbana é o Plano Diretor, obrigatório para cidades com mais de 20.000 habitantes. A função do Plano é ordenar o território do município estabelecendo, por exemplo, áreas para indústria e áreas habitacionais para que não surjam problemas como os que existem quando uma indústria está instalada em um bairro populacional evitando assim problemas sociais.
Observo com muita preocupação um grave problema no ordenamento urbano de nossa cidade que é fruto da leniência do poder público que não assume seu papel de ordenador do espaço público.
Em muitos bairros da cidade, em quase todos, é possível perceber que os cidadãos estão avançando seus terrenos e casas sobre as ruas de forma a não deixar espaço para acostamento, calçadas que permitam o trânsito de pedestres. Isso se torna mais grave porque em virtude do crescimento do país e da indústria automotiva nossa cidade tem mais carros, como nunca antes.
É comum passarmos pelas ruas e vermos carros estacionados sobre a rua, fechando uma faixa toda, por não ter espaço para isso na frente das casas, basta dar uma volta no bairro Nova Brasília para presenciar isso.
A falta de consciência dos cidadãos e a leniência do poder público criam um ciclo vicioso que há anos vem desorganizando os alinhamentos das ruas de Santa Izabel. O cidadão avança seu muro, sua casa sobre o acostamento das ruas e o poder público não toma providências, e como o poder público não toma providências, outros cidadãos vão avançando também se sentindo à vontade para isso uma vez que não haverá qualquer punição por esta atitude individualista. O resultado deste ciclo vicioso está nas ruas de nossa cidade.
Compreendo que não seja um problema fácil de resolver, principalmente porque esta prática de tomar conta de frações do espaço público está disseminada pela cidade, entrementes, quanto mais tempo vai passando sem que providências sejam tomadas mais o problema se agrava.
Uma atitude precisa ser tomada já, se não para reversão do quadro atual, pelo menos para sua contenção, ou seja, não se permitir que novas apropriações indevidas do espaço urbano público aconteçam.
O que torna difícil a tomada de uma providência em relação a este problema é o fator político, reverter o quadro atual do problema implicaria em desgaste para o gestor municipal, pois ele deveria tomar a atitude impopular de solicitar a destruição de muros, salas, pátios, além do problema de eventuais indenizações. Por isso nunca foi feito, por isso as gestões foram e são lenientes com o problema.
Inobstante a estes desgastes eventuais que o poder público teria, creio que a maior parte da população prefere uma cidade bem ordenada que uma cidade onde não exista calçada para os pedestres transitarem.
Um grande abraço a todos e felicidades sempre!




JORNAL DESTAK- JULHO DE 2013

PROGRAMA MIX CULTURAL
Todos os domingos de 9:00 às 12:00, na Rádio Aquarius, há a apresentação do programa Mix Cultural  feita pelo professor e filósofo Pedro Eduardo. È um programa que começou com uma hora de apresentação, de 9:00 às 10:00, mas foi ganhando espaço no gosto do público e hoje estende-se por quase toda a manhã dos domingos.
Escrevo sobre este programa de rádio este mês, não por ele em si, mas pelo motivo de seu grande sucesso.
O segredo do sucesso do professor e radialista Pedro Eduardo é o resgate de nossa izabelensinidade por meio de um humor que busca no populesco izabelense sua inspiração e graça.
A perspicácia do radialista em compreender sua comunidade, permite-lhe extrair dela suas características cômicas apropriando-se assim de um saber local e expondo este saber aos seus ouvintes que por serem em sua maioria izabelenses reconhecem as características de nossa gente, de nossa cultura, aquilo que nos faz izabelenses e nos diferencia de outras comunidades.
Segundo observação do professor Pedro Eduardo a vaia do izabelense é diferente de todas as vaias do mundo, nós izabelenses temos uma vaia que é só nossa, e é verdade senão vejamos. Em todos os cantos a vaia é entoada com um som vocálico velar, arredondado; em Santa Izabel a vaia tem som vocálico palatal, não-arredondado. Na prática fica assim:
·         No resto do mundo: UUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!
·         Em Santa Izabel: IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!
De acordo com o Eduardo, a vaia izabelense possui um complemento necessário, após a sequência dos sons vocálicos palatais, não-arredondados há a obrigatoriedade de se dizer a expressão “imuuuuundo”, logo a vaia do izabelense é assim em sua plenitude:
·         IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII imuuuuundo!!!!
Para continuar exemplificando este aspecto cômico izabelense explorado com perfeição pelo Eduardo em seu programa, vale falar sobre os tipos de bucho. Conforme o Eduardo expõe em seu programa o izabelense identifica vários tipos de bucho a saber:
·         Bucho de égua: é um bucho grande e duro.
·         Bucho de lama: é um bucho grande e mole.
·         Bucho de gó: é um bucho pequeno e duro, é um estágio anterior ao bucho de égua.
·         Bucho de nós todos: é um bucho enorme.
·         Bucho de lamprea... E  por aí vai.

Além de resgatar estas gozações típicas de nosso povo, o programa Mix Cultural se diferencia por quebrar esteriótipos e preconceitos. É o único programa do mundo que faz promoção cujo prêmio pode ser 1 litro de açaí, 1 Kg de farinha, 10 uxis... Enquanto isso muitos outros programas correm atrás de patrocinador para premiara seus ouvintes com celular, tablet...

Já tive a oportunidade de ser entrevistado duas vezes no programa, uma ainda no início quando estava começando, e outra mês passado. Pude perceber in lócus o quanto o programa cresceu e se popularizou, durante a programação o telefone da rádio não para de tocar, são ligações de todos os bairros da cidade.

O programa Mix Cultural fala sobre nossa cidade para os izabelenses que adoram saber sobre Santa Izabel.

O programa do professor Pedro Eduardo é um esteio importante de nossa izabelensinidade, afinal, à medida que vamos fazendo parte da região metropolitana de Belém é natural perdemos nossa identidade, para compreender isso basta observar Ananindeua e Marituba, qual a identidade destas cidades, qual a identidade cultural do povo destas cidades se não ser apenas a extensão de Belém.

Parabenizo a todos que fazem o programa Mix Cultural: Muhamede, Magal e especialmente o seu idealizador o professor e amigo Pedro Eduardo a quem tanto admiro.


Um grande abraço e felicidade a todos!

JORNAL DESTAK- FEVEREIRO 2013


NADA DO GOVERNO, TUDO PELO GOVERNO
Estava eu certo sábado assistindo ao jogo Flamengo e Volta Redonda pelo primeiro turno do Cariocão em janeiro ainda, concentrado na partida acompanhei uma jogada do Leo Moura pela direita do ataque rubro-negro, entrementes, antes da conclusão do lance, dispersei minha atenção da jogada e fixei meus olhos em uma grande faixa estendida no alambrado do estádio, estava escrito nela: NADA DO FLAMENGO, TUDO PELO FLAMENGO.
 A partir deste momento perdi-me um pouco da partida e passei a divagar sobre a política- pensamento em mim sempre recorrente. Lembrei-me que dias antes, um conhecido que encontrei na rua contou-me o quanto estava desiludido com o governo do Dr. Gilberto, disse-me ele:
- Apesar dos poucos dias de governo já estamos decepcionados!
Procurei entender o porquê da tão eloqüente afirmação, afinal, mesmo agora, ainda não é possível fazer uma avaliação consistente do governo do Dr. está só no início, ainda não tem nem 100 dias que é quando se faz uma primeira avaliação de todo governo neófito. Mais ainda interessei-me pela prosa, porque o conhecido havia trabalhado na campanha do Dr.
No desenrolar da conversa descobri que a decepção era porque, o meu conhecido, ainda não tinha conseguido uma vaga na prefeitura mesmo tendo trabalhado de “graça” para o Dr. na campanha. Como dizem: O de “graça” às vezes sai caro.
Quando vi a frase no alambrado do jogo do Mengão, lembrei-me deste episódio porque penso que o mesmo amor e respeito que temos pelo nosso time de coração, deveríamos ter pelos governantes a quem apoiamos para que cheguem ao poder para nos governar, não devemos apoiar candidatos esperando que eles façam por nós individualmente, somos nós quem devemos fazer por eles e pela nossa cidade (Estado e Nação). Afinal, se eu apoio um candidato de “graça” e quando ele chega ao poder eu cobro dele um emprego, isso significa então que o de “graça”, não foi de “graça”, teve um custo, diferido é certo, mas um custo.
Quando deixamos de apoiar um candidato por acreditar que ele possa nos governar bem, e passamos a apoiá-lo porque esperamos dele qualquer benesse caso ele chegue ao poder, mostramos que de fato não estamos preocupados com nossa cidade, antes com nossa própria vida, com nossa própria individualidade.
Digo isso porque não é só esse conhecido meu que está “decepcionado” com o atual governo, muitos outros correligionários do amarelo também estão chateados porque ainda não pegaram sua “boquinha”. Governo algum é para dar “boquinha” a ninguém, governo é para gerir a cidade com responsabilidade, controlando gastos com pessoal para poder fazer os investimentos necessários que a cidade tanto precisa: asfalto, esgoto. sinalização de trânsito...
 Se a prefeitura ceder à pressão dos correligionários que fizeram a campanha de “graça” para o Dr., não vai conseguir cumprir com as promessas que fizeram o Dr. ganhar a eleição comprometendo assim indubitavelmente a reeleição.
De forma geral os brasileiros vêem o envolvimento com a política como meio de conseguir um emprego ou qualquer outra vantagem do poder, não como meio de melhorar a sociedade.
Os brasileiros, de modo geral, deveriam devotar um pouco do amor que sentem pelos clubes de futebol aos governantes que apóiam e em quem acreditam para votar, assim quem sabe um dia nós veremos uma faixa dizendo: NADA DO GOVERNO, TUDO PELO GOVERNO.
Quando este dia chegar, tenho certeza de que nós teremos uma sociedade melhor, porque todos se sentirão responsáveis por ela. Quando este dia chegar as pessoas não votarão mais por favores, por saco de cimento, por tijolo, por dentadura... por emprego; votarão por consciência do que é melhor para todos, para a coletividade.

Despeço-me aqui. Um grande abraço a todos!

JORNAL DESTAK- 2013

MANGAS, DOCES MANGAS, MANGAS QUE NÃO VOLTAM MAIS
Outro dia, eu estava no primeiro andar do Colégio Antonio Lemos, onde trabalho; olhei pela janela da sala de aula e vi várias mangas pelo o chão umas maduras, outras em decomposição, mangas...mangas...muitas mangas.
No momento em que as vi, tive um insight, tomou-me avassaladoramente lembranças de meu passado, lembranças dos meus 12, 13, 14 anos; tempo em que eu estudava no CEAL, aquelas mangas faziam parte de minha história de estudante.
Àquele tempo, mais cedo que todos os outros moleques, queria eu chegar à escola, queria chegar cedo o bastante para não rivalizar nenhuma manga com qualquer deles, nem sempre eu conseguia, às vezes quando eu chagava, já estava por baixo da mangueira o Korebe, o Pelado, o Kioshi, o Cacá, o Lioca... Para dizer a verdade, quando um dos meninos já estava lá, ficava mais emocionante procurar manga no mato sob a árvore, quando alguém encontrava alguma, era como se fora um gol na final de campeonato, achar uma manga tendo chegado depois dos outros, era motivo para muita gozação e alegria.
Em minha vida de estudante só fui suspenso uma única vez, por causa da manga, chupávamos as mangas antes de iniciar a aula, certa vez sujei meu uniforme e fiquei exalando manga na sala, a professora não gostou...secretaria...suspensão. Fiquei triste por ter sido suspenso, entrementes isso não me fez deixar de ir procurar manga cedo em baixo das mangueiras da escola, mesmo com a proibição de mamãe, só passei a ter mais cuidado com a camisa do uniforme.
Fiquei alguns minutos olhando para aquelas mangas ali no chão, tantas mangas apodrecendo, tantos alunos na escola e nenhum deles foi salvá-las dos microorganismos decompositores que se preparavam para cumprir sua função de eliminar as frutas não aproveitadas...rejeitadas.
Pensei: Quisera eu chegar à escola em meu tempo e vê-las tantas ali a minha espera; naquele tempo muitas vezes eu ficava sem nada.
Hoje os alunos quando chegam à escola não procuram as mangueiras, as jaqueiras, os jambeiros, os pés de carambola, antes procuram a lanchonete, e cedo ainda, antes do início das aulas, pedem uma coca-cola e tomam-na acompanhada por um salgado.
Após essa reflexão, sopesei o quanto a Santa Izabel de hoje não tem mais os encantos da Santa Izabel da minha infância, das ruas sem tantos carros, sem tantos buracos, sem tanto lixo, encantos da cidade que aprendi a amar e na qual sempre quis viver. Naquele tempo ninguém morria atropelado nas ruas de nossa cidade, ninguém era assassinado em praça pública, muito menos era vítima de bala perdida, não se ouvia falar em seqüestro, invasão de domicílio...
Naquele tempo os meninos chupavam manga; hoje, tomam uma coca-cola. Nossa cidade mudou, e com ela mudamos todos nós.
Felicidades a todos e um grande abraço!



JORNAL DESTAK JANEIRO- 2013

SANTA IZABEL

Em janeiro do ano corrente, fez 79 anos que a Vila de João Coelho elevou-se à qualidade de município, aqueles eram outros tempos, as pessoas andavam  à cavalo, a carne mais consumida era a de porco, os remédios eram os caseiros e o principal meio de transporte era o trem.

Hoje vivemos em uma outra Santa Izabel que, assim como a Amazônia em geral, está contextualizada à nova ordem mundial, à globalização, não existe mais o caboclo, as casas com piso de tábua, as janelas com tranca, a galinha no quintal.

Hoje vivemos na Santa Izabel das luzes vermelha, amarela e verde do semáforo, dos carros e motos enchendo as ruas, do facebook, vivemos em outro tempo, no tempo do presente.

Apesar de ser, não quero parecer saudosista em demasia, afinal não estou problematizando se é boa ou ruim a mudança (o tempo presente), quero apenas constatar que aos 79 anos de nossa cidade, ela mudou muito e cabe a nós, todos nós izabelenses, contribuirmos para fazer de nossa cidade um lugar melhor, e devemos fazer isso, não só pelos que já viveram aqui no passado, não só por nós que ainda aqui estamos, não por aqueles que aqui ainda viverão como os netos que ainda não tenho; devemos todos contribuir para fazer de nossa cidade um lugar melhor, por ela mesmo, por Santa Izabel, por ser este o local o qual chamamos de nosso, de nossa casa.

 Nossa casa não é onde moramos (feita de paredes e telhado), nossa casa é onde vivemos, e é aqui que vivemos, em cada rua, em cada pessoa, em cada casa que compõe esta realidade peculiar a qual chamamos SANTA IZABEL. Por isso devemos, cada um de nós, cuidar de nossa grande casa, de nossa casa coletiva que é nossa cidade. Podemos fazer isso não jogando lixo na rua, respeitando a sinalização do trânsito, limpando a frente de nossas casas, pintando nossos muros... contribuindo de qualquer forma possível.
Sem nossa participação e ajuda, enquanto povo e munícipes, pouco se poderá fazer para tornar nossa cidade um lugar melhor. Estou convencido disso.

VIVA SANTA IZABEL! E que possamos viver aqui os anos que ainda nos restam, PARABÉNS A TODOS NÓS POR SERMOS IZABELENSES!

Um grande abraço a todos e felicidades sempre!


JORNAL DESTAK-OUTUBRO 2012

            ELEIÇÕES 2012- QUEM GANHOU E QUEM PERDEU EM SANTA IZABEL
Mais uma eleição se passou e como toda eleição, esta também teve seus vencedores e derrotados.  Este texto que escrevo é para expressar minha perspectiva, para dar minha opinião sobre quem ganhou e quem perdeu em 2012.
Antes de abordar o tema a que me proponho, quero esclarecer o que considero derrota e vitória em eleição. De forma simplista e vulgar, em geral, as pessoas consideram que ganhou a eleição quem venceu nas urnas e perdeu a eleição quem não se elegeu. Minha análise é mais profunda que isso, buscarei justificar minha tese com base no princípio da legitimidade, em uma eleição vence quem se legitima como liderança política, perde a eleição quem demonstra fragilidade enquanto líder  social. Perceba então que abordarei os conceitos de derrota e vitória em um sentido latu não em sentido strictu. Começaremos a análise sobre os perdedores.
QUEM PERDEU NA ELEIÇÃO 2012
1-      O PT izabelense foi um dos derrotados das eleições 2012.
Diminuiu muito a votação na legenda em relação à eleição para vereador em 2008, nesta eleição o PT teve mais de 3.000 votos com o Tubarão sendo eleito com mais 670 votos, professor Franciel  ficou na suplência com 610 votos. Na de 2012 o vereador Tubarão teve 296 votos, o mais votado foi o Edir com 401, o vice prefeito Keko teve surpreendentes 196 votos. Em 2008 os candidatos a vereador do PT tiveram mais de 3.000 votos, em 2012 não chegou em 1900.
 O Partido teve no atual governo duas secretarias, um vereador e o vice-prefeito. No futuro governo o PT não terá mais o vice, nem o vereador e talvez uma secretaria apenas.
Creio que o eleitorado petista não assimilou a união entre o PT e o PSDB, são os principais adversários políticos do Brasil, é paradoxal esta união.
O partido perdeu legitimidade, é preciso rever seu direcionamento, é preciso compreender o recado das urnas, sob pena de se tornar um partido fisiológico, o que seria uma pena.
Os principais derrotados dentro do PT são o Keko e o Tubarão, não só porque perderam o mandato, antes pela votação pálida que tiveram. Entrementes é preciso observar que nem todos perderam no PT, o jovem Alcides Brito correu por fora e por 9 votos não foi o mais votado da legenda, com 397 votos, ficou atrás do Edir com 401. Ele se legitimou neste processo, está cacifado para as próximas eleições.

2-      O sempre prefeitável Jaime Brito também é um dos derrotados da eleição 2012. Isso aconteceu porque ele não conseguiu reconquistar seu eleitorado de 2004, quando ele teve mais de 2.500 votos. Em 2008 caiu para pouco mais de 1.500 e agora em 2012 para pouco mais de 1.600. De 2008 para 2012 a quantidade de votos válidos cresceu 12% e o eleitorado do Jaime não cresceu 1%. Há um flagrante intanguimento da força política deste inspirador candidato. Nesta eleição o Jaime teve um bom apoio dos evangélicos, o que fez muita gente acreditar que o prefeitável reconquistaria seu eleitorado, mas ao fim, no abrir das urnas, o resultado se mostrou pouco animador em relação a expectativa criada.

QUEM GANHOU NA ELEIÇÃO 2012

1-      O principal vencedor desta eleição foi o povo izabelense, mostrou maturidade, coragem e atitude, o povo contrariou muitas previsões simplistas, mostrou complexidade em seu processo de escolha. O povo izabelense demonstrou que é exigente e quer mais, apesar das realizações e conquistas do governo Marió, o povo mostrou que considerou insuficiente estas realizações e estas conquistas, o que aumenta a responsabilidade de quem assume o governo. O futuro prefeito não pode fazer igual, nem menos que o Marió fez, vai ter que fazer mais, se conseguir a reeleição é certa, porém se problemas antigos como o atraso de salário voltar, o governo será de um mandato só. Por esta razão é que não se pode dizer que o Marió é um dos perdedores desta eleição, é preciso esperar o desempenho do governo do Dr. Gilberto, se for bom, o Marió poderá ser considerado um dos derrotados das eleições 2012, todavia se o governo vindouro for ruim, o Marió está legitimado a concorrer em 2014 com chances de voltar ao poder,  além disso, o seu candidato conseguiu uma expressiva votação, o que mostra sua força política.
2-      Além do povo izabelense um dos grandes vencedores desta eleição é o insistente Dr. Gilberto, graças a sua personalidade determinada, conseguiu não se demover do propósito de ser prefeito, conseguiu. Apesar de ter sido derrotado nas urnas duas vezes, o Dr. Nunca foi perdedor nas eleições que disputou. Na primeira teve pouco mais de 5.500 votos, na segunda cresceu para mais de 10.000, na terceira cresceu mais ainda, quase 17.000 votos.
A reeleição do Dr. só depende de ele fazer um bom governo, se fizer, dificilmente alguém tirará dele a sua reeleição, observo que o mandato precisa ser bem diferenciado para isso.
3-      Apesar de derrotado nas urnas, não se pode dizer de forma alguma que o Evandro Watanabe saiu derrotado desta eleição. O Evandro há pouco mais de um ano era um ilustre desconhecido, hoje é uma das principais forças políticas da cidade. Observo em relação ao Evandro que ele conquistou muitas pessoas neste processo eleitoral, seu jeito carismático lhe rendeu uma legião de seguidores que o apóiam incondicionalmente. O sucesso eleitoral do Evandro ainda pode ser visto nas ruas, por onde se anda, ainda se vê bandeiras verdes do 15 tremulando, muitos eleitores não tiraram sua bandeira, mesmo depois de terem perdido a eleição e serem achincalhados pelos amarelos na segunda e na terça feira após a eleição.
Por isso também considero o Evandro um dos vencedores desta eleição, perdeu nas urnas, mas está legitimado para disputar até a cadeira de deputado estadual se quiser daqui a dois anos, com o apoio do povo izabelense.

P.S.: Caros leitores desta coluna, tenho mais derrotados e vencedores da eleição para analisar, porém o texto foi se alongando e ficou por demasiado grande, decidi encerrá-lo aqui, quem sabe volte ao tema na próxima edição. Felicidade a todos!

JORNAL DESTAK 2013

SANTA IZABEL VIROU UMA SOCIEDADE DE CONSUMO

Vivemos em uma sociedade de consumo, mas o que significa isso?

Significa que perdemos definitivamente a relação de produção com os bens necessários a nossa sobrevivência, alienamos para as empresas de modo de produção capitalista a responsabilidade pela nossa manutenção e sobrevivência, vivemos em função dos bens de consumo.

Para se ter certeza disso basta fazer um pequeno teste. Verifique em você, no que você usa, ou em sua casa, o que foi feito por você. O homem pós-moderno não produz nada, sua sobrevivência depende da venda de sua força de trabalho, e com o dinheiro proveniente desta relação econômica que o homem adquiri tudo o que precisa.

Isso tem a ver com o assunto do qual recorrentemente abordo aqui no Destak: a Santa Izabel antiga e a de hoje.

Da Santa Izabel de minha infância para trás, as casas possuíam enormes terrenos como os das casas de meus avós, neles se plantava e se criava. Mamãe sempre diz que "antigamente ninguém comprava remédio", o remédio era as ervas que se colhiam no quintal. Hoje em dia o padrão de terreno em Santa Izabel é 10x30, é uma área suficiente só para fazer a casa, o izabelense urbano de hoje não precisa de terreno grande, não planta, não cria.

Na sociedade de consumo tudo é no dinheiro, quem não tem dinheiro, não sai nem de casa, o moto-táxi custa R$3,00.

Tenho consciência de que vivo nesta sociedade, e é esta consciência que me faz insurgir contra esta forma de relação social que é o cerne de muita mazela social em nosso país como o banditismo, a miséria, a prostituição... Vivemos em função de ganhar dinheiro para sobreviver, deixamos de lado o modo de vida à base da subsistência que promovia mais solidariedade entre os entes sociais. Afinal para que criar galinha no quintal, ter trabalho com isso, se no supermercado se encontra morto e despenado o frango que custa menos que uma galinha criada no quintal, consequência da produção em massa da indústria?

Não falo essas coisas para dizer que a Santa Izabel da minha infância era boa e a de hoje é ruim, antes para mim apenas. Pelo contrário a vida hoje é mais fácil com os produtos industrializados baratos e de consumo imediato, sem dar o mínimo trabalho, entrementes, em meu íntimo, nego essa realidade, talvez seja por isso que eu goste de plantar, talvez seja por isso que faço questão de dizer por onde passo que a maniçoba das festas de fim de ano, do círio, sou eu quem faço com folha de macaxeira que eu Sheila Marques colhemos no quintal, moemos e cozinhamos (dá um trabalho danado querer dominar todo o processo produtivo da maniçoba que começa com o plantio da macaxeira). Ao final nos perguntamos se não era mais fácil ter comprado a dois reais o quilo já cozido de maniva na feira, a resposta é óbvia, porém a satisfação de termos feito nossa maniçoba desta forma é incomensurável.

Talvez alguém possa achar bobagem eu escrever sobre a maniçoba que fiz fim de ano, após ter plantado a macaxeira, colhido as folhas, moído, cozido; possa achar bobagem eu escrever que em minha casa planto jerimum, banana, acerola, ata, pitanga, jabuticaba, pimentão, couve, pimenta malagueta, em minha casa de terreno 10x30 no bairro Nova Brasília.

Talvez alguém possa achar bobagem eu sentir-me um privilegiado por ter um ninho de sabiá dentro de minha casa. Talvez até seja mesmo, entrementes considero isso de uma sensibilidade tão sutil que o espírito mais embrutecido possa não compreender que em verdade tudo isso está relacionado com a mudança dos tempos, sobre um tempo que está ficando para trás. Vivemos a transição entre o ontem e o amanhã, a qual demarquei didaticamente, em nossa cidade, com a instalação do semáforo.

Deixamos de ser uma sociedade de subsistência e passando definitivamente a ser uma sociedade de consumo. Este processo vem se consolidando no Brasil desde a segunda metade do século XX e em Santa Izabel acentuou-se na primeira década do século XXI. 

A transição está em curso preparemo-nos para o porvir.

Um grande abraço a todos e felicidades sempre!


JORNAL DESTAK-NOVEMBRO 2012


CONTRIBUIÇÃO BRASILEIRA

Ao longo de sua história o homem vem moldando uma forma de organização social e política que promova a justiça, uma forma que seja capaz de promover o bem estar social para todos os indivíduos: o bem comum.
Neste afã o homem criou, como forma de organizar a sociedade, o Estado que é uma forma política de organização social.
Nesta trajetória humana, várias formas de organizar o Estado foram experimentadas. Algumas oprimiam os indivíduos: Estado Absolutista, outras valorizavam a liberdade: democracia das pólis gregas.
Muitos povos contribuíram para a concepção de um Estado que respeitasse a liberdade dos indivíduos. Entre estes povos estão os gregos que conceberam a democracia, os romanos que promoveram a república, bem como os americanos que criaram o moderno paradigma de organização estatal: República Federativa Presidencialista.
Os americanos aplicaram o conceito de federalismo, é como se organizam quanto aos estados membros. É esse o modelo que o Brasil e muitos outros países do mundo seguiram para sua organização política, por isso o Brasil é uma República Federativa e  um país democrático, ou seja, a organização do Estado brasileiro é uma síntese daquilo que foi experimentado pelo homem em sua história.
Decidi escrever este texto para expressar que o Brasil também tem uma relevante contribuição para a busca de uma sociedade melhor e mais justa quanto à organização política. Também criamos uma instituição importante para qualquer democracia: O voto eletrônico.
O homem descobriu que a melhor forma de organização estatal é a democracia. Na democracia a decisão não está em um homem apenas como em um império cuja decisão é sempre do imperador. Na democracia vale, é legítimo, aquilo que a maioria dos indivíduos escolhe.
Disso surge uma necessidade inerente a toda democracia, a forma como descobrir a vontade da maioria. Nas democracias isso é feito por meio do voto, cada cidadão expressa sua opinião por meio do voto, a opinião majoritária ganha.
Assim temos a necessidade de um sistema eleitoral que é a forma como os cidadãos expressarão sua opinião. Cada democracia desenvolve seu sistema.
O Brasil desenvolveu o melhor sistema eleitoral do mundo: o mais organizado, o mais seguro e o mais célere. O sistema eleitoral do Brasil está anos luz de todas as outras experiências de sistemas eleitorais do mundo.
Penso sobre isso sempre que acompanho as eleições americanas, eles têm um sistema eleitoral muito complexo e ineficiente capaz de gerar aberrações como a de um presidente ser o mais votado pelo povo, mas não assumir o governo porque o eleito foi o mais votado pelos delegados como aconteceu na eleição do Bush filho com o Al Gore em 2000. O Bush teve 50.460.110 e o democrata teve 51.003.926. No Brasil isso não acontece de jeito nenhum, porque nossa votação é direta, votamos direto nos nossos candidatos, os americanos votam em um delegado, e este delegado vota no presidente.
O presidente americano não é escolhido diretamente pelo povo, é escolhido por um Colégio Eleitoral formado por delegados em número proporcional à população de cada estado, estes delegados não são os deputados, são filiados do partido que são apresentados em uma lista. A população de cada estado americano vota no presidente, mas seu voto não o elege, elege antes os delegados do presidente que ganhou naquele estado, assim o candidato que ganha na Califórnia elege os 54 delegados deste estado, ou seja, o voto daqueles que escolheram no candidato derrotado não servem mais para nada, é uma eleição majoritária por Estado. Ao final soma-se o número de delegados que cada presidenciável conquistou nos estados para se saber o presidente americano.
O Colégio Eleitoral é composto de 538 delegados que se reúnem após o término das eleições para votar no presidente, como de costume os delegados democratas votam no candidato azul e os delegados republicanos votam no candidato vermelho.
Vale observar também que lá cada estado membro tem sua própria legislação eleitoral, cada estado tem uma forma de registrar e apurar os votos, o que causa a sensação de desorganização. É por isso que o período de eleição lá é de 30 dias e pelo menos mais 30 para conferir os votos, enquanto no Brasil é de menos de 24 h para apurar e contar o sufrágio.
O sistema eleitoral desenvolvido pela democracia brasileira como instituição dá um baile no sistema eleitoral desenvolvido pelos pais da democracia moderna. Um sistema eleitoral eficiente, rápido e seguro é o legado brasileiro para a humanidade. Qualquer Estado que se queira justo para seu povo deve ter um sistema eleitoral como o nosso. Não somos o país só do futebol e do carnaval.

Penso que a corrupção eleitoral experimentada pelos brasileiros ao longo de sua história política, o voto de cabresto e as diversas fraudes nas apurações, tenha contribuído para que criássemos um sistema eleitoral seguro. Imagine você que nos Estados Unidos se vota até pelo correio. Já pensou no Brasil, votação pelo correio que tem como diretor geral um Roberto Jeferson? Acho que não daria certo. Um forte abraço a todos!!

JORNAL DESTAK 2013

GOVERNO E POVO: SIMBIOSE NECESSÁRIA II
Na última edição do jornal Destak, chamei a atenção para a necessidade da participação popular para a construção da cidade que queremos. Povo e governo são responsáveis pela construção de uma Santa Izabel cada vez melhor, aquele tem o papel de conduzir o processo social e político, este o de contribuir com o governo para esta consecução.
Para enfatizar a importância desta simbiose necessária abordei no texto passado a questão do lixo, nesta, como havia afiançado, abordarei a questão do trânsito.
O Estado cria, por meio dos representantes do povo (legislativo), regras que a sociedade deve cumprir, entre estas regras estão as regras de trânsito que devem ser cumpridas sob pena de se perderem vidas. As regras de trânsito são importantíssimas porque só elas impedem a desordem nas ruas e vias das cidades, sem respeito a elas a conseqüência é a que vemos cotidianamente em santa Izabel: Acidentes, mutilações e morte. (Uma vizinha minha foi atropelada por uma moto ao cruzar o semáforo, o veículo não respeitou o sinal vermelho).
Basta ficarmos 1 minutos observando o comportamento dos condutores izabelenses em qualquer semáforo da cidade, o desrespeito ao sinal vermelho é comum. Algumas vias do centro têm sentido único, entrementes é comum vermos veículos trafegando na contra-mão. Estes são só dois exemplos de como nós- o povo- precisamos fazer nossa parte para a organização do trânsito de nossa cidade, não teremos uma Santa Izabel melhor se cada condutor fizer suas próprias leis, ignorando as regras estatais, o caos é o resultado, é o que temos hoje nas ruas.
O Brasil se desenvolveu muito na última década, a indústria automobilística é um reflexo disso, nunca teve tanto carro rodando pelo Brasil, existe um carro para cada sete habitantes, é uma frota gigantesca. Santa Izabel não ficou de fora desse desenvolvimento, segundo o último senso existem mais de sete mil carros em nossa cidade que não estava preparada para isso, daí a confusão nas ruas, principalmente no centro, por isso é tão importante respeitar as leis de trânsito para se evitar acidentes, é muito carro para pouca rua, sem ordem resta a barbárie.
O poder público municipal sinalizou algumas vias, instalou semáforos, criou um corpo de agentes de trânsito, mas isso não é suficiente se não for dado poder de multar para os agentes, em verdade a função das autoridades de trânsito é de organização, não de autuação, é preciso regularizar essa situação para que os agentes possam cumprir melhor sua função, sem o poder de multar os agentes muitas vezes são até desrespeitados por condutores que não se preocupam com a organização da cidade nem com o bem-estar dos munícipes. Cabe ao poder público organizar, o trânsito izabelense não pode ficar como está.
Em minha opinião a educação deve ser o instrumento utilizado pela prefeitura para resolver os graves problemas de lixo e de trânsito em Santa Izabel. É preciso envolver a comunidade, sem esse envolvimento a prefeitura sozinha não dará conta desta dantesca tarefa. Cada um de nós cidadãos izabelenses devemos contribuir para a transformação de nossa cidade, devemos participar em harmonia com os governantes que por seu turno devem assumir a responsabilidade de melhorar nossa querida cidade.
Creio que um dia viveremos na cidade que queremos, mas para isso cada um de nós deve assumir sua responsabilidade: governo e povo juntos, aquele conduzindo e este colaborando.
Um grande abraço a todos e até a próxima edição.