JORNAL DESTAK 2013

O GOVERNO E POVO: SIMBIOSE NECESSÁRIA

Começou mais um governo e com ele renova-se a nossa esperança de viver em uma cidade melhor.
Cada cidadão izabelense merece viver em uma Santa Izabel que promova bem estar e qualidade de vida para seus munícipes. Não podemos querer só viver em uma cidade, devemos querer viver em uma cidade que nos propicie qualidade de vida, pelo contrário não faz sentido vivermos em uma cidade que não nos garanta qualidade na forma de viver.
No texto de hoje quero defender a seguinte tese: Só viveremos em uma cidade melhor se todos nós nos conscientizarmos de que também somos responsáveis por isso. E não é só votando, o voto é o início de nossa participação social para a construção do bem comum, não é o fim.
Para ser didático, falarei de forma antitética sobre a cidade que temos e a cidade que queremos, desta analogia resultará o argumento principal de defesa da tese.
Todo morador antigo de nossa cidade vivenciou as profundas transformações pelas quais passou Santa Izabel nos últimos 20 anos, deixamos de ser uma típica cidade do interior do Pará e nos tornamos Região Metropolitana de Belém, este processo não está concluído, em verdade vivemos a transição desta transformação. Didaticamente, eu considero a instalação dos semáforos como o marco divisor entre a Santa Izabel de ontem (em meu blog eu costumava chamar : Santa Izabel de minha infância) e  a Santa Izabel do porvir.
Crescemos muito nos últimos 20 anos, entrementes nossa cidade não se desenvolveu, para ser mais exato nossa cidade inchou, parece mais um doente  em estado grave que um saudável atleta campeão como Castanhal.
A Santa Izabel que temos é essa, é a Santa Izabel da transição, uma cidade que ainda possui algumas características de cidade pequena como ter bois pastando nas ruas, pessoas sentadas em frente de casa final de tarde, todos se conhecerem (observo que os dois últimos exemplos estão severamente relativizados já) e todos os problemas de região metropolitana: tráfico de drogas, assassinatos, trânsito caótico...
São muitos os problemas os que temos de resolver para conquistarmos a cidade que queremos. Para efeito de defesa da tese que proponho- necessidade da participação popular na construção da cidade que queremos-  abordarei analiticamente apenas dois problemas, os quais considero os principais, são problemas que sem a participação do povo nenhuma cidade no mundo consegue resolver: lixo e organização do trânsito. Nesta edição do Destak abordarei apenas a questão do lixo; para a próxima, falarei sobre o trânsito.
Todo o lixo de uma cidade é produzido pelos seus cidadãos, logo cuidar dele é responsabilidade primeira do próprio cidadão depois do Estado, assim cidadão e Estado são responsáveis por manter a cidade limpa.
Santa Izabel é uma cidade suja porque os cidadãos não compreendem seu papel na tarefa de manter a cidade limpa e o Estado- no caso, a prefeitura- limita sua atuação à coleta do lixo. Tanto cidadãos quanto prefeitura não estão desempenhando seus papéis e o resultado é este que se vê nas ruas. Convido o leitor deste texto a dar um passeio pelas ruas de nossa cidade para que observe a quantidade de lixo que é depositado em local impróprio, muitas vezes à salubridade de uma vida digna. Faço o convite porque isso que falo é tão comum que pode ser que os olhos insensíveis pelo costume do leitor não perceba mais. Estamos tratando mal de nossa Santa Izabel, quem ama essa cidade não poderia tirar o entulho de dentro de sua casa e jogar na rua, é uma tristeza isso.
Infelizmente em nossa cultura não compreendemos a cidade como parte de nossa casa, como se fosse o nosso quintal coletivo, assim como cuidamos com zelo de nosso quintal capinando-o, limpando-o; deveríamos cuidar de nossas ruas, nossas praças. Em nossa cultura, compreendemos que nossa responsabilidade é apenas com a nossa casa, limpamo-la, arrumamo-la, desta mesma forma deveríamos fazer com nossa cidade, a cidade em que vivemos é a extensão de nossa casa.
É comum as pessoas limparem suas casas e colocarem o lixo produzido por esta limpeza na rua, muitas vezes na frente da própria casa, deixando a frente da casa suja, feia com entulho, lixo; esse fato mostra o quanto consideramos que a limpeza das ruas não é nossa responsabilidade, é apenas da prefeitura.
Resolver este problema não é fácil porque é uma questão cultural, mas não é impossível, esse papel é do poder público. O poder público não pode limitar sua atuação a coletar periodicamente o lixo, uma vez identificado hábitos populares que não contribuem para a limpeza da cidade, cabe aos governantes conduzir o processo de reeducação do hábito, neste caso, principalmente pela educação e subsidiariamente com multa.
O poder público, o novo governo que começou, deve compreender que sozinho não vai resolver o problema do lixo e da sujeira da cidade, é preciso conduzir via Secretaria de Educação um grande projeto de educação com o descarte do lixo, que pudesse conscientizar o cidadão de sua importância para a limpeza da cidade. Esse é o papel que urge ao poder público izabelense adotar.
È importante enfatizar que sem a participação da população não conseguiremos fazer de Santa Izabel a cidade que queremos quanto a sua limpeza, nós precisamos compreender que o lixo não é uma questão apenas do poder público, não podemos descartar nosso entulho como resto de construção na rua e reclamar porque a prefeitura não vem buscar.
O Dr. Gilberto foi eleito como o candidato da mudança, mas ele não poderá mudar muita coisa sem a ajuda da população, todavia observo que cabe a ele a condução deste processo, ou seja, se daqui a quatro anos a cidade ainda estiver suja em demasia, a responsabilidade é de quem conduz o processo, esse é o papel do prefeito conduzir o crescimento e o desenvolvimento da cidade.
A cidade que queremos deve ser limpa, suas praças não devem ter verdadeiros lixões a céu aberto como na chegada da praça do ginásio, cartão de visita de nossa terra, nossas ruas não devem ser obstruídas por entulhos.
A cidade que queremos depende também de todos nós. Um grande abraço e um feliz ano novo a todos nós izabelenses de coração que se preocupam com nossa cidade.