Em 1982, a ditadura argentina (avaliando que as duríssimas medidas de contenção impostas por Margaret Thatcher, à Inglaterra, impediriam uma reação), em um ataque surpresa, tomou as Ilhas Malvinas.
A junta militar argentina avaliou mal. A primeira-ministra inglesa fez jus ao apelido que os soviéticos lhe deram (Dama de Ferro) e caiu sobre os “invasores”, sem dó: provisionou um comando de ataque, em cujo suporte havia até submarino nuclear, e determinou que a frota descesse, a todos os nós, ao Atlântico Sul.
Após 44 dias de combate, o general Jeremy Moore, da Marinha Real britânica, recebia a rendição do general Mario Menéndez. A armada argentina deu meia volta ao continente com uma baixa capital: a segunda maior belonave da frota portenha, a General Belgrano, foi posta a pique por ordem expressa da Dama de Ferro.
Sem ter outro assunto em pauta para brincar de guerreira, a presidente Cristina Kirchner, sob o pretexto de relembrar os 30 anos do conflito armado com a Inglaterra, resolveu fazer tensão retórica com Sua Majestade, voltando à cantilena de que as Malvinas pertencem à Argentina.
Como até de água fria gato escaldado tem medo, a Inglaterra resolveu fazer manobras dissuasivas nas Falklands: na sexta-feira, 10, um comando naval deixou o ninho em Portsmouth com o GPS apontado para o Atlântico Sul.
Acho eu que não se tratam de manobras, mas, de estacionamento de uma nova armada nas ilhas, pois está fazendo o caminho de volta a frota antiga.
A nova frota está capitaneada por um moderníssimo destroier blindado da classe HMS Daring (um destes foi enviado ao Golfo Pérsico há um mês). Os HMS Daring já ganharam o apelido de “fragatas invisíveis”, pois, só são vistos no radar quando baixam a blindagem para disparar seus mísseis de precisão.
Mas, o que tem, afinal, nas Malvinas, para que o governo inglês, e o argentino, se empurrem por elas?
Segundo prospecções promovidas pelo governo inglês, o arquipélago guarda 8,3 bilhões de barris de petróleo, além de uma considerável reserva de polimetálicos.
Ou vocês imaginavam que Sua Majestade iria querer despender tantos recursos do tesouro real com os 2.300 kelpers (os habitantes das ilhas) e um rebanho de 40 mil ovelhas que eles pastoreiam?
Não é verdade o que se comenta em Trafalgar Square, de que o Eike Batista já esteja providenciando um plano para vender o petróleo das Malvinas e acrescentar alguns bilhões no seu próprio tesouro.
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