E O VICE HEIM?

Pois é, até outubro do ano passado a nossa preocupação era saber quem seriam os e quais os partidos dos candidatos a prefeito.

O vice é figura secundária no cenário político, sem muita importância ao meu ver. As vezes penso que os analistas da política izabelense dão demasiado valor ao vice. Não que ele não posa ajudar, até pode, mas na minha opinião não decide a eleição. Digo isso não com base em achismos, antes com base em minha observação das últimas eleições.

Começaremos pela eleição do Simão com 72 % dos votos, vitória esmagadora sobre o Edílson. A vice do Simão era a Marivone. Será quem alguém diria que a votação do Simão se deveu a ela de alguma forma, creio que não, a votação do Simão foi fruto da insatisfação do povo com o péssimo mandato do Dr. que se perdeu em desordem e corrupção, por outro lado, o português vinha de uma derrota na eleição anterior em que quase venceu, vinha sem desgaste para o embate. O Simão venceria com ou sem Marivone. A Marivone era figura tão secundária que perdeu as prévias do partido para o Marió, que chegara meses antes para a disputa da eleição.

A eleição de 2004 é a mais emblemática. O vice do Marió era o Carlinho, todos diziam que era um excelente vice, porém o Marió não venceu por causa do Carlinho, venceu porque gastou mais e de forma correta na campanha, pelo contrário levaria o Gilberto, ou o Cadinho.

O vice do Dr. Gilberto era nada mais nada menos que o Dr. Edílson, o vice mais cobiçado da cidade a época, ele decidiu no último dia que seria vice do Gilberto, tive a felicidade de estar em sua casa no momento em que isso aconteceu. O resultado é que com Edílson e tudo o Dr. não resistiu a forma profissional de fazer campanha do grupo do Marió. A técnica na campanha é que decidiu a vitória, não o vice, pelo contrário, como venceria aquele que começou muito atrás em qualquer pesquisa daquele que estava lá na frente?

Agora darei o exemplo de ouro para defender minha tese sobre o vice. Alguém lembra quem era o vice do Cadinho naquela eleição? Chamava-se Manoel da Semente. Será que foi o Manoel o responsável pelo crescimento fenomenal do Cadinho na reta final da campanha? Com certeza não, o Manuel era um ilustre desconhecido do meio político. A arrancada do Cadinho se deu graças a sua forma de fazer política e de uma certa estrutura que ele conquistou. Foi a arrancada do Cadinho que decretou a vitória do Marió, pois ele cresceu acima de tudo sobre o eleitorado do Gilberto.

Em 2008 a coisa não foi diferente, o melhor vice era o Carlinho que foi o vice do Gilberto, mesmo assim não venceram a eleição do Marió que trouxe como vice o Keko.

Com base no exposto afirmo minha ideia de que o vice é uma figura secundária no resultado final de uma eleição, o povo não vê o vice, vê o candidato, não é o vice que manda, o vice e nada na república são figuras próximas, o povo sabe disso. O vice é apenas o alicerce constitucional para a estabilidade política em caso extraordinário de sucumbência do titular, se o titular não sucumbir, o vice continua sendo nada.

A figura do vice torna-se ainda mais tosca em nossa cultura futebolística onde o vice-campeão brasileiro é visto apenas como o primeiro maior derrotado não como o segundo melhor time do pais, isso não é título.

Na república izabelense o vice não tem direito nem a gabinete.