NO BLOG DO PARSIFAL

Eu não disse?

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O presidente Lula foi na conversa de Nicolas Negroponte do laptop de 100 dólares e lançou, em 2007, o programa UCA (Um Computador por Aluno).
Eu ousei, à época, escrever um artigo sugerindo que o programa seria um fiasco porque tanto Negroponte quanto Lula estavam errados.
Um dos parágrafos do meu artigo de 2007:
“Ouso discordar do método, pertinência e oportunidade do projeto de Negroponte, assim como enxergar como lamentável a precipitação do Brasil em aderir a ele: se levada a cabo esta empreitada, o resultado prático será um enorme fiasco.”.
Abaixo, trecho de uma reportagem do “Estado de S. Paulo”, edição deste domingo, 05, sobre o tema:
“Parte dos 150 mil laptops comprados pelo governo por R$ 82, 5 milhões está subaproveitada. Há também registro de alto índice de laptops quebrados e avariados.”.
Outro trecho do meu artigo de 2007:
“Mesmo que estas máquinas sejam conectadas, o acesso ao conteúdo será pesado para a capacidade de processamento delas: isto frustrará o possuidor, que acabará usando-a tão somente para brincar de joguinhos da década de 80..”.
Outra trecho da reportagem, publicada no último domingo, 05:
“De acordo com o relatório (o governo encomendou à Universidade Federal do Rio de Janeiro uma avaliação do projeto), a maioria dos alunos do ensino médio e fundamental declarou usar os laptops para 'brincar com joguinhos'”.
A Finlândia, cujo sistema educacional a ONU considera, há 5 anos consecutivos, o melhor do mundo, não permite o uso de computadores nas salas de aula de ensino fundamental.
O Brasil precisa parar de se deixar comandar pela arrogância de intuir que é possível começar a casa pela cumeeira.
Alunos de tenra idade não precisam portar um laptop na sala de aula só para dizer que estão incluídos digitalmente: precisam de bons, bem remunerados e exaustivamente capacitados mestres.