RECURSO IMPROVIDO

As pesquisas de opinião laboradas nas vésperas de 03 de outubro apontavam Simão Jatene como vencedor do pleito em 1° turno.
A coligação “Acelera Pará”, turbinada pelo esforço da maquina administrativa, que empresta considerável torque a quem a maneja, bufou nas ventas e no dia da eleição pressionou os tucanos, deixando-os a 1,08 pontos percentuais da vitória.
Já naquele momento, 64% do povo paraense, dividindo-se pelos demais candidatos da corrida, deu um claro recado à governadora Ana Júlia: não aprovava o seu governo.
Governantes bem avaliados vencem em primeiro turno e, se chegam ao final do primeiro round combalidos, como chegou a governadora, com uma votação menor que a rejeição que amarga, torna-se estatística e politicamente improvável virar o jogo e vencer o round seguinte.
Os aprendizes de feiticeiros da governadora, mesmo sentindo o aziago gosto da derrota nas papas da língua, não perderam a fleuma e, sem a opção da deserção, tentaram tocar fogo em uma militância não mais aguerrida: as escápulas do governo são um mavioso convite à acomodação da rede.
Colocar as engrenagens oficiais para girar em favor de campanhas eleitorais não é cometimento só deste governo que se finda: quem tem as ferramentas apropriadas aos parafusos eleitorais, usa-as em favor da sua própria mecânica.
Inobstante a cínica asserção acima, é preciso observar que para tudo há um limite: o torque demasiado pode cuspir a rosca ou extorquir a fenda.
Foi o que apreciamos no decorrer do segundo turno por parte da necromancia mal gerida da meninada que sequestrou a administração e se colocou a brincar de fazer política no Pará: a inapetência foi tamanha que eles conseguiram fazer a governadora perder para si mesma.
O recurso que a DS, tendência do PT que isolou Ana Júlia em sua vesguice politico administrativa, impetrou junto ao povo do Pará, permitindo-a ir a segundo turno, deverá ser improvido amanhã: sequer houve a melhora da morte e as urnas deverão mostrar que o estertor apenas foi diferido, para que a via dolorosa fosse mais longa.
A partir de segunda-feira, um dos lados deverá estar dividindo os louros da vitória com muitos, e quem não logrou êxito estará curtindo sozinha a desdita de não ter vencido por não ter sabido governar.
Como disse, John Kennedy, parafraseando Napoleão Bonaparte, “a vitória tem mil pais, mas a derrota é órfã.”.

Blog do Parsifal 5.0