Derrotados já miram disputa municipal de 2012

As urnas não tinham sido fechadas ainda, a decisão à Presidência caminhava para um segundo turno, e os diretórios estaduais dos partidos já estavam focando as eleições de 2012. Derrotados nas urnas, no dia 3, e com futuro político incerto, nomes importantes de DEM, PSDB e PT articulam agora suas candidaturas a prefeito, daqui a dois anos.

É o caso dos tucanos Arthur Virgílio (AM) e Gustavo Fruet (PR). Derrotado à reeleição no Senado, Virgílio é o nome mais cotado para levar o PSDB à Prefeitura de Manaus, em 2012. "Em Manaus, Virgílio saiu vitorioso. Foi mais votado do que a candidata eleita para a segunda vaga no Senado (Vanessa Grazziotin, do PC do B), o que o torna candidato natural à prefeitura", diz o presidente do PSDB-AM, Mário Barros da Silva. Virgílio teve 21,9% dos votos válidos, apenas um ponto porcentual atrás de Vanessa. "Ele ainda é o nosso principal cabo eleitoral no Estado", diz.

Também em terceiro lugar na disputa ao Senado, com 23,1% dos votos contra 24,8% de Roberto Requião (PMDB), Fruet alcançou 2 milhões de votos e se tornou a aposta do partido para disputar a Prefeitura de Curitiba, em 2012. Fruet não confirma, mas diante da expressiva votação que obteve tampouco descarta a opção.

A exceção entre os derrotados tucanos é Tasso Jereissati (CE), que deve deixar a política, conforme anunciou. À frente do PSDB e ao lado do então aliado Ciro Gomes, Tasso dominou a política cearense. Mas brigou com Ciro e a coligação governista não só elegeu Cid Gomes (PSB) ao governo do Estado como abocanhou as duas vagas no Senado. E há Luizianne Lins (PT), prefeita de Fortaleza, que desponta como nova força política na região.

Tasso tem ainda a chance de ocupar um cargo no governo federal, mas isso depende de seu empenho na campanha para o segundo turno e, é claro, da vitória de José Serra (PSDB).

O cenário não é diferente para César Maia (DEM-RJ), que depende da vitória de Serra para sonhar com um futuro político. Após amargar a derrota dos nomes que tinham seu apoio nas eleições municipais de 2008 e ao governo estadual, em 2006, o ex-prefeito teve pouco mais de 11% dos votos na disputa ao Senado. Uma alternativa seria voltar à Prefeitura do Rio, onde os eleitores cariocas o mantiveram por 16 anos. Mas, se derrotado ao Palácio do Planalto, o vice de Serra, Índio da Costa (DEM-RJ), não abrirá mão da disputa na capital fluminense, em 2012.

Em São Paulo, a situação é um pouco mais confortável para o petista Aloizio Mercadante, que abriu mão da reeleição praticamente assegurada ao Senado para disputar o governo do Estado, a pedido do presidente Lula, e perdeu. Apesar de o tucano Geraldo Alckmin ter vencido no primeiro turno, os mais de 8 milhões de votos obtidos por Mercadante podem levá-lo a disputar a Prefeitura de São Paulo.

Com quase tantos votos - 7,6 milhões - na disputa ao Senado, outro que já está de olho no pleito municipal é o vereador Netinho de Paula (PC do B). Apesar de derrotado, ele acredita ter saído das eleições em "condição política privilegiada" - o que o qualificaria para concorrer ao Executivo.

Estadão