Quando o ex-presidente Lula se encontrou com o ministro Gilmar
Mendes (STF) no escritório de Nelson Jobim, alertou-o que tinha bala na agulha:
o nome do ministro estaria lavrado como um dos beneficiários do mensalão
mineiro.
Lula apurou a mira, mas Gilmar fugiu da alça e construiu, do
encontro, um álibi para quando o tiro disparasse.
> Gilmar Mendes teria recebido R$ 185 mil
O tiro disparou ontem (27), em calibre menor do que Gilmar
poderia esperar, mas suficiente para lhe causar fortes dores de estômago: a
Carta Capital, em matéria de capa, publica uma
lista, referente ao mensalão mineiro (campanha de reeleição do então governador
tucano Eduardo Azeredo, em 1998), na qual lhe consta o nome como tendo recebido,
quando ainda era da Advocacia Geral da União (AGU), o valor de R$ 185 mil.
> Mensalão 1.0
O mensalão tucano foi uma versão 1.0 do mensalão petista e, por
suposto, também foi operacionalizado por Marcos Valério, que assina a lista
contendo os nomes de políticos que teriam recebido recursos de caixa dois na
campanha mineira de 1998.
> Advogado de Marcos Valério afirma que a lista é
falsa
Logo após a reportagem da revista sair às ruas, o empresário
Marcos Valério, através do seu advogado, publicou uma nota declarando
"perplexidade" com o teor da matéria, por se tratar de "reportagem baseada em
documentos e informações falsas".
A nota diz ainda que a lista teria sido forjada "por pessoa
notoriamente conhecida por seu envolvimento em fraudes diversas em Minas Gerais,
que recentemente esteve preso acusado de estelionato e que, inclusive, seria
beneficiado, de forma no mínimo curiosa, no próprio documento falsificado".
> Gilmar Mendes foi abalado
De qualquer forma a bala furou o colete de Gilmar Mendes e ele
se verá em situação delicada para compor o STF no específico julgamento do
mensalão petista. Não creio, todavia, que ele jure suspeição, embora, para o
distinto público, a suspeição de ter, efetivamente, recebido a quantia, acabe
sendo uma certeza.
Do Blog do Parsifal