Dez candidatos disputam a prefeitura de Belém, que por
conjuntura histórica e legal sedia os três poderes do Estado. Geopoliticamente,
todos os caminhos levam à Belém e conquistar o Palácio Antônio Lemos é um
expressivo peso específico eleitoral de qualquer agremiação que almeja chegar ao
Palácio dos Despachos.
Nessa eleição, destarte não se deva subestimar o desempenho de
nenhum dos candidatos postos, duas forças políticas se devem bater com mais suor
para tentar anexar o Antônio Lemos as suas fileiras: O PSDB e o PMDB.
> Edmilson Rodrigues: lugar certo no 2°
turno?
Até agora, arrisca-se a tese de que há uma vaga cativa no 2°
turno da eleição de Belém, que é a do deputado Edmilson Rodrigues (PSOL),
embalado no recall acumulado em dois mandatos de prefeito.
Portanto, em não mudando os ventos, o embate deverá ser pela
segunda vaga do 2° turno.
> Zenaldo e Jordy x Priante
De um lado, disputam, na mesma raia, os deputados federais
Zenaldo Coutinho (PSDB) e Arnaldo Jordy (PPS). Embora a intendência do governo
se deva depositar na tulha do primeiro, não é possível afirmar que o segundo não
terá algum sopro governamental nas velas que desfraldar: ambos são convenientes
aos atuais ocupantes do Palácio dos Despachos.
De outro lado, na tentativa de vir a disputar o 2° turno com
Edmilson Rodrigues, batendo-se com Zenaldo Coutinho e Arnaldo Jordy, está o
candidato do PMDB, o deputado federal José Priante, que em todas as pesquisas já
publicadas surge em segundo lugar na lide: é seu desafio, e do PMDB, manter esse
degrau.
> A vitória do PMDB não é conveniente ao
PSDB
Embora Priante pertença a um partido da base de apoio do
governador, não deve esperar cereais da horta governamental: o PSDB não deseja
ver o PMDB fortalecido com as chaves do Antônio Lemos, pois isso lhe ameaça o
equilíbrio de forças para 2014.
> Anivaldo Vale, Duciomar Costa e o PT
Observe-se, todavia, a candidatura de Anivaldo Vale (PR) que
tem, em tese, o suporte do prefeito de Belém, Duciomar Costa, cuja trajetória,
sempre aconselho, deve ser objeto de uma tese de ciência política: nunca se
aposta nele e sempre dá ele.
O decorrer da campanha mostrará se Duciomar quer, mesmo, eleger
o seu sucessor. Se assim for, Anivaldo Vale poderá capitalizar a capilaridade do
seu mentor nas periferias de Belém e subtrair eleitores de Edmilson Rodrigues,
que também deverá se ver às voltas com a potencialidade, ou não, da candidatura
petista.
Vamos esperar a palha da cana voar, para ver se é possível ler
nos estilhaços os rumos de cada um.