Kassab quer ir para PMDB e levar 6 deputados do DEM

Mais do que conseguir sair do DEM para o PMDB, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, tenta levar consigo um grupo de seis deputados federais eleitos em outubro com seu apoio. Com isso, Kassab chegaria ao PMDB com base política para se cacificar como terceria via na disputa ao governo do Estado de São Paulo, atualmente polarizada entre PT e PSDB.

Como a legislação eleitoral prevê que o mandato é do partido, e não do político, não seria possível que todos trocassem de legenda, sob pena de perderem o mandato. Assim, caso a fusão não ocorra, como defende o presidente nacional do DEM, o deputado Rodrigo Maia (RJ), Kassab não teria alternativa senão ir, sozinho, para o PMDB após o fim de seu mandato na capital paulista. Nos bastidores, essa hipótese é dada como mais provável.

Mas o interesse do PMDB nos quadros do DEM está em querer reforçar a legenda em São Paulo. Em outubro, o PMDB elegeu apenas um deputado federal por São Paulo, Edinho Araújo, além de quatro estaduais. Já o DEM paulista conseguiu eleger seis deputados federais e oito estaduais. O DEM encolheu sua bancada federal pela metade desde 2002.


O primeiro da lista que seguiria o prefeito paulista seria Rodrigo Garcia, ex-secretário de Kassab e ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo. Os deputados reeleitos Guilherme Campos e Jorge Tadeu Mudalen (ex-PMDB), e os recém-eleitos Eli Correa Filho (filho do apresentador Eli Correa), Junji Abe e Alexandre Leite (filho do vereador Milton Leite), também apoiariam a fusão.

Entre os estaduais estariam Gil Arantes, André Soares (filho de RR Soares), Milton Leite Filho (outro filho do vereador Milton Leite) e Aldo Demarchi.

Encolhimento do DEM

Nos últimos oito anos, a legenda, ex-PFL, encolheu pela metade suas bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Em 2002, o partido elegeu 84 deputados e 14 senadores. Já neste ano, foram eleitos 43 deputados e 2 senadores democratas. No Estado de São Paulo, o DEM também viu sua bancada estadual reduzida. Em 2006, o partido (na época, o PFL) elegeu onze deputados estaduais. Este ano, o DEM elegeu oito.

Em 2007, depois de sair derrotado nas urnas no ano anterior, quando conseguiu eleger apenas um governador, José Roberto Arruda (DF), o partido fez uma tentativa de renovação. Trocou a sigla PFL, fundada em 1985 a partir da antiga Arena, ligada à ditadura militar, por Democratas, numa tentativa de modernização.

No mesmo dia em que rebatizaram o partido, os pefelistas elegeram o deputado Rodrigo Maia (RJ) para substituir o veterano Jorge Bornhausen (SC). A promessa de renovação se cumpriu com novas lideranças como o deputado ACM Neto e o próprio Kassab, mas as mudanças não foram suficientes para fortalecer o partido como oposição ao governo federal e como representante do pensamento da direita conservadora, como prega seu atual presidente.