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'Ele não vai continuar, já foi decidido', disse a fonte à Reuters.
As especulações em torno da permanência ou não de Meirelles como presidente do BC aumentaram depois que Guido Mantega foi convidado, e aceitou, continuar à frente do Ministério da Fazenda, segundo uma fonte disse à Reuters na última quinta-feira.
Participantes do mercado defendiam a permanência de Meirelles no cargo como contraponto ao ministro da Fazenda e a uma política fiscal menos rigorosa. A fonte disse que ainda não foi definido o substituto e a assessoria do BC afirmou que o banco 'não comenta' reportagens com fontes anônimas.
A saída de Meirelles poderia abrir espaço para uma política monetária mais frouxa, que permitiria a queda da taxa de juros, entre as mais altas do mundo.
Um dia após as notícias sobre Mantega, jornais publicaram que Meirelles não continuaria no cargo a menos que Dilma pudesse garantir a autonomia do BC.
Na própria sexta-feira, Meirelles procurou abafar eventuais ruídos de comunicação. Em entrevista à TV Reuters Insider, ele afirmou que 'não há condições impostas'.
Ele acrescentou ainda que 'a presidente eleita Dilma expressou total apoio à autonomia do Banco Central durante a campanha eleitoral'.
Mas no fim de semana e nesta segunda-feira, notícias publicadas na imprensa mostravam que Dilma teria se irritado com as supostas condições apresentadas por Meirelles para permanecer no cargo.
Segundo a fonte que conversou com a Reuters nesta tarde, a questão da autonomia do BC está fora de discussão, acrescentando ainda que o governo Dilma será 'responsável' na política monetária.
Na chefia do BC desde janeiro de 2003, Meirelles foi o presidente que mais tempo ficou no cargo. Com atuação no combate à inflação sempre elogiada, seu papel ganhou ainda mais destaque na coordenação, junto com Mantega, do combate aos efeitos da crise financeira global.
Entre os nomes mais cotados para assumir a presidência do BC está o do diretor de Normas do banco, Alexandre Tombini.
(Reportagem de Brian Winter)