Samba de breque em Aveiro

breque
Aveiro, no Sudoeste do Pará, vive cotidiano que lembra a peculiar Sucupira, de Dias Gomes.
O município reelegeu, em 2008, a prefeita Maria Gorete (PTB). No mesmo pleito foi eleito o seu esposo, Manoel Oliveira, para vereador.
A prefeita foi cassada pela justiça eleitoral e, interinamente, assumiu a prefeitura Manoel Oliveira, que era o presidente da Câmara Municipal.
No final do ano passado, findo o mandato de presidente da Câmara de Manoel Oliveira, este, para não deixar a prefeitura sair da família, armou escaramuças para eleger como seu sucessor na presidência da Câmara, o vereador Raimundo Cardoso, primo da prefeita cassada.
Quando viu que ia perder a eleição da Mesa, Manoel Oliveira não se rogou: armou a cassação do mandato do vereador Rubemir dos Santos, que votaria no candidato da oposição, alegando que ele faltara a mais de 1/3 das seções.
A briga de foice no escuro entre os vereadores, apreciada pela população que vaiava do lado de fora, acabou de forma inusitada: a situação elegeu o vereador Raimundo Cardoso para presidir a Câmara, e a oposição elegeu Ranilson Prado para o mesmo cargo.
Agora, Manoel Oliveira, alegando que o presidente é Raimundo Cardoso, primo da prefeita cassada, não passa o cargo de prefeito à Ranilson Prado, que reclama na justiça o direito de ser empossado na presidência da Câmara e, ato contínuo, na prefeitura de Aveiro.
A confusão está formada feito aquele samba de breque do Moreira da Silva, “O Rei do Gatilho”, que no final tem aquela estrofe:
“Eu atirei, ele atirou e nós trocamos tanto tiro
Que até hoje ninguém sabe quem morreu...
Eu garanto que foi ele, ele garante que fui eu!
Só sei dizer que a mulher dele hoje é viúva
Que eu nunca fui de dar refresco ao inimigo
E como filme bang-bang, bang-bang vale tudo,
O casamento da viúva foi comigo.”
Que a Justiça não tarde e responda urgente à pergunta: em Aveiro, quem irá casar com a viúva?

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