E O Dr. CADINHO?

Não comecei na política ontem, não sou ingênuo, entendo o pragmatismo da política que vem desde César, é a conveniência pelo poder que determina algumas ações. Entendo isso, mas não tenho como não lamentar o que aconteceu com o amigo. Considerei uma tremenda falta de consideração do estadual tucano o alijar da forma que fez. Não que a nova direção seja culpada ou seja ruim, com certeza o partido terá uma ótima organização, o Walmir é bom disso, conversei como ele e gostei muito do que ele falou sobre o que deseja para organizar a legenda, demonstrou visão de futuro. Não há culpa porque o novo presidente também trabalhou na campanha do Jatene.

O problema que vejo é que o PSDB não considerou a liderança que o Cadinho tem, não reconheceu a expressiva votação que o advogado conseguiu para a legenda, a desconhecida Cilene Couto foi uma das mais votadas, o Nílson Pinto carregou mais de milheiro. Com esta atitude o partido o expôs, demonstrou suas fraquezas, abalou a sua liderança.

Não sei o que o Cadinho está pensando, ficarão poucas opções para ele se não sair do PSDB, ou será candidato a vereador, ou a vice do PMDB. Pelo que conheço do Dr. ele não será nem uma e nem outra coisa. Corre um sério risco de termos a primeira eleição sem o Cadinho depois da era Ad.

Eu já havia conjecturado que o Dr. pudesse ser enquadrado, isso poderia acontecer, só não imaginei que seria assim. O Cadinho soube da mudança de direção por terceiros, quando ele soube já era fato consumado. Como puderam fazer isso com ele?

O advogado está em uma terrível encruzilhada em sua vida política, é ficar no PSDB e talvez cair em ostracismo ou por não disputar a eleição ou por apoiar o grupo do Marió, ou sair e tentar uma reviravolta sendo vice do Dr. Gilberto ou do Gílson, e com um certo exagero, mesmo do Jaime Brito, que na minha opinião seria uma chapa quente.

Se eu fosse conselheiro do Dr., eu lhe diria para não desistir, pois ele tem nome e capilaridade eleitoral, além de um grande carisma, eu o aconselharia a ser vice, ele é novo, se ganhar volta a ter chance de ser prefeito. Eu o aconselharia a iniciar imediatamente diálogo com os candidatos opostos ao Marió, buscaria nesses diálogos o que em Direito Empresarial nós chamamos de affectio societatis, buscaria afinidades.

Há uma luz no fim do túnel para o amigo Cadinho, essa luz é ele mesmo e a sua história, gostaria muito que ele não a abandonasse. E no que eu puder contribuir para isso, não medirei esforços.

E a propósito, se eu fosse conselheiro do Gílson, do Gilberto ou do Jaime, eu lhes diria para procurar o Cadinho, ouvir sua lamentações, dar um abraço apertado...