ANÁLISE DE QUEM VOLTA

O primeiro vereador por quem começarei a análise sugerida pelo Diego Sousa é o Denílson.

O Denílson foi uma surpresa na eleição passada,principalmente para mim que ajudava na coordenação da campanha do professor Franciel Paz, perdemos nossa vaga para o Denílson por 24 votos; este 634, aquele 610.

Onde o Denílson conseguiu seus votos?

A eleição do vereador é um exemplo de que o povo não é tão burro como muita gente diz: "O povo não sabe votar". Eu considero este pensamento fruto do senso comum, se analisado adequadamente a nossa democracia recente, é esta à conclusão natural, pelo contrário como um operário se tornaria presidente? Pelo contrário como um partido de trabalhadores chegaria ao poder em um Estado burguês? A eleição do Denílson é mais um bom exemplo disso. Ele foi eleito pela comunidade, a Divinéia e o Novo Horizonte fecharam com ele. O Denílson teve mais de 350 ou mais de 400 (não recordo ao certo ) votos na Guilherme Mártires.

Além desse apoio que todo candidato que não tenha recursos precisa, o vereador conseguiu outro apoio muito forte, o da igreja católica, neste diapasão cooptou dois companheiros muito aguerridos em campanha e detentores de uma certa densidade eleitoral: Osmano e Antonio Luiz. Os dois abdicaram de apoiar o PT porque a candidatura do companheiro Osmano foi barrada pelo partido, para mostrar sua força política apoiaram o Denílson, e mostraram. A ajuda desses dois para o Denílson foi tão importante que a conclusão da coordenação de campanha do Franciel, ao analisar a derrota, creditou ao dois a causa. Se o Osmano é candidato pelo PT, o Denílson não teria os 24 votos a mais que nos derrotou, o Denílson teve mais de 24 votos no Triângulo, reduto daqueles.

O problema de quem é eleito pela comunidade é que causa uma expectativa nos comuns de melhoras com um representante no poder, porém em geral isso é frustrado pela razão que passo à explicar.

O nosso pacto federativo é uma piada, porque se criam as entidades federadas, dá-se autonomia a elas, mas não se prevê como elas devam se sustentar, para piorar ainda inventamos as entidades estatais municípais como assevera o art. 1º da Constituição Federal.

O Estado moderno se sustenta por meio de tributos, vale ressaltar que a carga tributária do país é uma das maiores do mundo, inobstante a isto os estados e os municípios padecem. Enquanto à União arrecada cerca de 85% da bolada com destaque para o IOF que é bilhionário, o Estado arrecada uns 13% e o município 2%. Os impostos cobrados pela prefeitura é o IPTU que muita gente tem coragem de não pagar e depois reclamar que a cidade não tem infra-estrutura; ISS e o tributo por alienação de imóveis que ninguém paga.

O resultado disso é o que desvirtua em parte nosso sistema político, os prefeitos municipais viram mendigos, tem que viver pedindo para deputado, para senador, para governador, para ministro, para o presidente. Em geral os repasses constitucionais como o FPM, se não for bem gerido pelo prefeito se caba em folha de pagamento ao arrepio da lei de responsabilidade fiscal.

Se o prefeito fica refém de outras forças políticas, imaginem o vereador? Fica completamente nas mãos do prefeito, principalmente se não for articulado com as capitais. Daí se o prefeito ajudar bom, mas se não ajudar em geral a comunidade não vota mais, a história de nossa república está cheia desses exemplos.

O Denílson conseguiu vencer este obstáculo, não teve um apoio decisivo do Marió no seu reduto, mas conseguiu se articular bem pelo movimento da igreja e da ACOSSENBANDI. O Denílson é um vereador muito atuante, interessado, é possível que ele não tenha a mesma votação anterior o que é normal em reeleição, não se agrada a todos, mais continuará sendo bem votado na Guilherme.

Além disso com o apoio do finado Newton Miranda, o vereador conseguiu o título de teras para moradores de três comunidades do interior do município, além de estender o Luz para Todos. O Denílson conseguiu diversificar seu reduto, além do apoio da igreja e da sua comunidade tará o apoio de mais esse pessoal do interior.

Por isto eu acredito que o Denílson é um dos vereadores que volta principalmente se forem 15 vagas. O único obstáculo que ele enfrentará é o da coligação. Infelizmente ele não conseguiu fazer o PC do B se solidificar enquanto força política, o partido não tem quadro, ele é o único candidato, e um fortíssimo candidato, outros partidos estão com resistência a coligar com o PC do B por isso. Porém é uma situação fácil de contornar se o Marió desejar, pois a base aliada do PMDB é ampla, tem muito partido unido e subserviente.