Roberto Jefferson acompanhava o julgamento do
mensalão em seu apartamento, na Barra da Tijuca, no Rio, e quando seu advogado
no caso, Luiz Francisco Barbosa, disse que o ex-presidente Lula deveria estar
entre os réus, ele disparou: "Se fosse o Collor, estaria preso, mas no Lula não
pega", comentou um abatido". Jefferson mantém o discurso de que, em sua opinião,
o petista não tinha conhecimento do mensalão; disse que sentiu "surpresa'' de
Lula quando o alertou sobre o mensalão.
O pedetista se recupera de uma cirurgia realizada
há 15 dias para a retirada de um câncer no pâncreas. Segundo ele, a acusação de
que o ex-presidente beneficiou os bancos BMG e Rural representa a posição de seu
advogado, fruto de desdobramentos das investigações. Jefferson se emocionou e
chorou quando a defesa de Emerson Palmieiri, ex-tesoureiro do PTB, disse que o
presidente da legenda preservou os nomes de quem recebeu R$ 4 milhões do PT. "Ia
envolver pessoas, revelar nomes?", questionou. Ao final, pareceu satisfeito com
a atuação de seu advogado, que destoa do estilo "almofadinha" dos demais
defensores. "É muito maluco, muito corajoso".