EIS A QUESTÃO

Luiz Cavalcante, o quarto secretário de educação que o Pará teve em quatro anos, sem maiores explicações, pediu para sair e saiu.

A secretária de saúde do Pará, Silvia Cumarú, a terceira em quatro anos, em meio ao torniquete da finada campanha, pediu para sair e ficou.

O que se foi e a que se fica têm algo em comum além das duas maiores pastas do estado: um estoque de dívidas contraído ao roldão do afã governamental de prestar resultados mal planejados, em elaborações que não partiram exatamente das suas respectivas pastas, mas, impostas pelo muque não tão responsável das eminências vermelhas do Palácio dos Despachos.

Este estoque não é passivo a ser quitado a curto prazo: não há recurso suficiente nem para a ponta do lenço e, se recursos houvessem, seria medida de alto risco legal apostar-lhes liquidação.

Com certeza, pensando nestas nuances de final de governo, onde o desespero dos que não assinam a ordem de pagamento pode ser a ruina de quem lavra o empenho, o secretário de educação desceu as escadas da SEDUC rumo ao sossego do seu magistério.

A secretária de saúde foi convencida, talvez, a correr o risco de permanecer no pique para tentar encher o bote salva-vidas antes do último empuxo do navio.

A corrida contra o tempo é agora o maior desafio do governo.