Bope continua a investigar rotas de fuga de traficantes do Alemão (RJ)

Oficiais encontraram uma câmera que era usada pelos bandidos para monitorar a polícia. Os agentes lançaram granadas de gás nas galerias da comunidade para garantir que não havia ninguém escondido.

Muitos bandidos conseguiram fugir antes da chegada das forças de segurança porque usaram um sistema de vigilância ilegal. O Bope - o Batalhão de Operações Especiais da PM do Rio - investiga os métodos e as rotas de fuga dos traficantes.
Cada esquina sob vigilância, uma rede montada pelos traficantes para observar todos os passos da polícia.
Num poste, num dos acessos mais importantes à Vila Cruzeiro, oficiais do Bope encontraram uma câmera que ficava apontada para a entrada da rua. Segundo a polícia, a câmera estava instalada bem em frente a uma casa, onde funcionava um dos pontos de embalagem da droga.
“Podemos ver que chega um cabo até uma televisão, onde eles conseguiam monitorar toda a passagem da polícia, a chegada da polícia na comunidade”, disse o sargento do Bope Luiz André Monteiro.
A equipe do JN acompanhou os oficiais do Bope em outra missão. A equipe voltou à saída da galeria por onde, segundo os moradores e a polícia, dezenas de traficantes teriam conseguido escapar do cerco.
Toda a equipe usou um equipamento especial de segurança por exigência dos médicos da Polícia Militar. Um trabalho difícil, arriscado e minucioso. Para se certificar de que não há ninguém escondido, o major Vinícius lança granadas de gás lacrimogêneo dentro do túnel.
Em toda a comunidade são centenas de acessos a galerias. Segundo a polícia, qualquer um deles poderia ter servido para que os bandidos escapassem.
“Nós estamos procurando saber se têm algumas galerias que foram feitas e não estão relacionadas ao projeto do PAC. Teriam sido feitas sob júbilo do tráfico de drogas”, diz o sargento do Bope.
O engenheiro civil Márcio Paes Leme, que já foi presidente da Companhia de Água e Esgoto do Rio, diz que a dimensão das galerias é normal, mas que as saídas deveriam ter algum tipo de bloqueio.
“Seria bom que as saídas estivessem gradeadas, mas a grade traz um problema: retém material sólido. Então é necessário que você tenha uma permanente operação de manutenção, de limpeza”.
O engenheiro acredita que o domínio do tráfico na região pode ter impedido o gradeamento, porque os funcionários não terial segurança para fazer a limpeza.

G1