Comandante do voo 447 optou por não desviar da tempestade

 

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Na primeira postagem que fiz sobre a queda do voo 447 da Air France, que caiu no Atlântico, em 01.06.2009, opinei que a tragédia poderia ter sido evitada se o comandante tivesse tomado a decisão de desviar da tempestade na qual a aeronave adentrou.
Sempre que os relatórios do BEA eram emitidos, pouca atenção seu dava ao peso que a tempestade teve na tragédia, chegando, inclusive, um dos relatórios a lavrar que não havia uma tempestade, mas apenas turbulências de rotina.
Na sua edição de hoje, o jornal “Le Figaro”, um dos mais importantes da França, divulgou dados e trechos de diálogos contidos nas caixas-pretas, que forram omitidos pelo BEA, e que poderão causar relativo descrédito ao órgão de investigações aeronáuticas da França.
Os dados divulgados pelo “Le Figaro”, não só comprovam que havia cúmulos nimbus na rota como o comandante, deliberadamente, optou por enfrenta-los.
A matéria do “Le Figaro” relata que "apesar de todos os aviões presentes naquela zona terem optado por modificar a rota para evitar uma região de cúmulos nimbus, o comandante a bordo do vôo AF 447 disse a seu colega: ‘Não vamos nos deixar chatear pelos cunimbs’”.
Foram exatamente os cristais de gelo contidos nos "cunimbs" que provocaram o congelamento das sondas de velocidade Pitot, uma das causas apontadas pelo relatório do BEA para o acidente: se a aeronave fosse, como as demais da rota, desviada da tempestade, a tragédia seria evitada.

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