COMO ESPERADO

Luiz Santos disse...


Caro Bruno,
Colocando no mesmo contexto as emancipações citadas ( Brasil/Portugal - Carajás/Pará - Americano/Santa izabel)posso fazer a seguinte analogia:
a) O desejo de emancipação surge devido ao abandono da regiao por parte do poder central.
b) As elites locais que encabeçam o movimento.
c) As elites locais são as que mais se beneficiam.
d) Se avaliarmos as emancipações de países africanos em relação as metropoles européias poderemos constatar que a emancipação foi extremamente danosa.

e) Acho temerário para os que querem a emancipação de Americano associarem-se a divisão do Estado. Isso pode gerar uma antipatia ao movimento, o que pode piorar se a divisão nao ocorrer.


Precisamos colocar cada caso em um contexto e provocar uma discussão isenta. O que geralmente nao acontece nestes processos.



COMENTÁRIO DO BLOG

Eu estava convicto que alguém citaria o exemplo africano como modelo de emancipação danosa. Só não esperava que viesse de um professor de história.

Também concordo que a emancipação das colônias africanas não surtiram o efeito desenvolvimentista comum às emancipações, apesar de a África do Sul está bem melhor sem os ingleses.

Apesar disso, eu preferiria viver numa África livre que numa África aprisionada e humilhada pelos brancos da Europa. Para não me alongar neste assunto, pois ainda é feriado, quero citar o Congo Belga do rei Leopoldo II que o teve como possessão pessoal de 1908 a 1960. Além do generalizado desrespeito à dignidade humana de toda sorte, de atanazes torturas à humilhação cotidiana. Tamanho era o desrespeito que mesmo os europeus ficaram horrorizados quando descobriram o que o rei Leopoldo fez no Congo.

Mais de 6.000.000 de negros eram governados e assassinados por um contigente de pouco mais de 100.000 brancos. No período da interferência belga no Congo quase metade da população original foi exterminada, mais de 2.500.000 de negros foram mortos.

O Congo não é essas coca-cola toda de país, entrementes, sem dúvida, está bem melhor emancipado.

Volto a dizer, o que gera o sentimento separatista é a insatisfação com o poder central, e nunca é conseguido se não for um interesse legítimo do povo que se sente abandonado, explorado quer em regimes autoritários quer em democracias, naqueles, pelo apoio popular que é necessário para se fazer a revolução, nestas, porque precisa do voto da maioria, e se o povo participa o movimento é legítimo.

É isso que tem em comum na independência do Brasil, na emancipação de Americano e na emancipação de Carjás e Tapajós.