JORNADA TOCANTINESE-II

Ao final do primeiro ano em Araguaína entendi que não poderia fixar-me no novo Estado no mercado de cursinho, pois o cursinho não respeita as férias regulares, sempre as aulas vão até às vésperas das provas, isso criava dificuldade para eu voltar a Santa Izabel no final de ano.

Como mamãe diz, tudo dá certo para mim, eu estava determinado a conseguir um vaga de contratado nas escolas estaduais. Certa tarde, tomando cerveja com um amigo, eu falei a ele sobre meu planejamento, ele perguntou-me se eu queria mesmo dar aula no Estado, eu confirmei-lhe. Ele chamou-me para ir à delegacia de ensino de Araguaína (equivalente à URE). Foi um episódio engraçado, porque lá na delegacia ele abriu uma porta e perguntou alto em uma sala com seis pessoas:

- Vocês tão precisando de professor de quê?

Uma senhora levantou a mão e disse:

- De Inglês!

Assim eu virei professor de Inglês, fico pensando se ela tivesse dito Física!

Como já disse o Tocantins era terra de oportunidades.

Consegui um contrato de professor de Inglês em Babaçulândia onde passava três dia por semana. Em Babaçulândia conheci de verdade o rio Tocantins, mergulhei em suas águas, e com frequência o atravessava para chegar ao Maranhão.

No ano seguinte fiz o concurso público para professor do Estado do Tocantins e passei, ganhei a terceira das dezoito vagas.

Quando passei no concurso pensei comigo que o destino já estava determinado ficaria para o resto da vida no Tocantins, lá criaria meus filhos.

Era tudo perfeito, se não fosse o fato de eu ser izabelense, quem é de Santa Izabel não aguenta ficar longe, eu fui mais um que não aguentei.