PSD será oitava maior bancada da Câmara


Após ato de formalização jurídica, partido de Gilberto Kassab surge com 31 deputados federais. DEM é o partido que mais perde

Atualizada no dia 13/04/2011, às 18h53

Mário Coelho

O Partido Social Democrático (PSD), que realizou nesta quarta-feira (13) seu ato de formalização jurídica, nasce com a oitava maior bancada individual da Câmara. Até o momento, 31 deputados, entre titulares e suplentes, já se inscreveram na nova sigla, que ainda vai percorrer trâmites burocráticos para poder existir formalmente. Além deles, pelo menos dois senadores, cinco vice-governadores e um governador vão formalizar sua entrada na legenda. O deputado Heleno Silva (PRB) informou ao Congresso em Foco que esteve presente ao ato e assinou a ata, mas que não vai ingressar no PSD.

Veja a lista completa de quem ingressou no PSD
A maior bancada individual da Câmara, atualmente, desconsiderando as prováveis saídas, é do PT, com 88 deputados. Os petistas são seguidos pelo PMDB (78), PSDB (52), DEM (44) e PP (41). Considerando os parlamentares que estão no exercício do mandato, o PSD ficaria com 28 titulares. Outros quatro são suplentes. Também estão licenciados dos mandatos Thiago Peixoto (PMDB-GO) e Alexandre Silveira (PPS-MG).

Contando as trocas de partidos até o momento, haveria uma mudança na ordem das maiores bancadas. O DEM ficaria com a sexta maior bancada - hoje é a quarta. O PR ficaria no lugar dos demistas, mantendo seus 40 parlamentares. O PP cairia de 41 para 36, número suficiente para ter a quinta maior representação individual, sem contar os blocos partidários, na Câmara.

Apesar do número significativo, o PSD ainda vai demorar para ter representação na Casa. Afinal, o partido formalmente ainda não existe. Agora, é preciso coletar pelo menos 500 mil assinaturas em cinco estados diferentes para entregar a inscrição à Justiça Eleitoral. "A partir desse momento, do tamanho que o PSD tiver, é que podemos estabelecer como será sua estrutura", afirmou o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

Participaram do evento dois senadores: Kátia Abreu (TO) e Sérgio Petecão (PMN-AC). A senadora é, inclusive, cotada para assumir a presidência da legenda. A expectativa dos criadores é que até julho seja realizada a primeira convenção nacional. É nela que será escolhida a executiva nacional do PSD. Outros que devem entrar no partido são o governador do Amazonas, Omar Aziz (PMN), os vice-governadores de São Paulo, Afif Domingos (DEM), da Paraíba, Rômulo Gouveia (PSDB), e da Bahia, Otto Alencar (PP).

A sessão de adesão ao PSD ficará aberta até amanhã. Por conta disso, o número de parlamentares pode aumentar. Foi destacado o deputado Marcelo Aguiar (PSC-SP) para convencer outros colegas que, nos bastidores, prometeram aderir à nova sigla e até agora não fizeram. Como o auditório onde o ato foi realizado já está fechado, a assinatura das fichas de inscrição está sendo feita no gabinete do deputado Guilherme Campos (DEM-SP).

DEM é o que mais perde

Com base nos números provisórios, o partido que mais perde parlamentares é o DEM. São 11 deputados e uma senadora. Na Câmara, o DEM, por enquanto, cai de 44 deputados para 34. Isso porque um dos que assinou a lista é Vilmar Rocha (GO), que está licenciado desde 9 de fevereiro, quando assumiu a Casa Civil do governo de Marconi Perillo (PSDB-GO). No lugar dele assumiu Jorge Pinheiro (PRB-GO).

Depois do DEM, o partido que mais deve perder parlamentares é o PP. Até o momento, seis se inscreveram no novo partido. Porém, assim como no caso dos demistas, tem parlamentar licenciado que se apresentou ao PSD. Eliene Lima (PP-MT) é o secretário de Meio Ambiente do governo matogrossense. Seu suplente, Neri Geller (PP-MT) também vai trocar o partido para entrar nas fileiras pessedistas.

Em cima do muro

Nos discursos durante o ato de formalização do partido, ficou clara a tendência do PSD de ficar em cima do muro. Para o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), a legenda será independente. Ele disse que os parlamentares que apoiaram a presidenta Dilma Rousseff durante a campanha poderão manter a mesma postura, assim como aqueles que fazem parte da oposição ao governo federal.

“Estamos à disposição para ajudar a presidenta Dilma, queremos que seu governo dê certo. Mas isso não significa alinhamento com o governo, ser base de apoio”, disse Kassab. Até o presidente da Câmara, que compareceu ao evento, ficou em cima do muro. Ressaltou que vários deputados que farão parte do novo partido são da base de apoio, mas que será necessário um diálogo com Dilma e os interlocutores do governo.

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