TIRADENTES E A INCONFIDÊNCIA

Ontem foi dia de Tiradentes, bacana.
Tiradentes é um produto republicano, após o golpe militar que pôs fim ao Império, e deu início a nossa sofrível República, os republicanos impuseram sua ideologia e nisso vai a criação de heróis, por isso Tiradentes passa de traidor a mártir em um piscar de olhos ou em um golpe militar, o primeiro de nossa história.
Xavier era o mais fudido dos inconfidentes, a maioria era dono de terras, latifundiários. Isso deixa claro duas coisas: Diferente, diferente do que a história oficial conta, Tiradentes não era  o líder da conspiração, era só mais um dos insurgentes por isso foi o único que morreu. 
Os senhores de terras ou foram exilados como Tomás Antonio Gonzaga ou se matou como Cláudio Manuel da Costa.
Por ser o de menor prestígio social, Tiradentes se tornou bode expiatório, e como seria o único a ser severamente punido, foi apenado de forma exemplar. O enforcaram, esquatejaram, dependuraram seus restos em postes, toda essa barbárie para servir de exemplos aos outros.
Não tem nada de glorioso na inconfidência mineira, eles só objetivavam se livrar dos impostos, não havia nem uma intenção de libertar os escravos, muito menos de fazer reforma agrária ou buscar justiça social. É só por isso que o elemento ígneo da inconfidência foi a Derrama.
Vale observar também que os republicanos venderam a imagem de Tiradentes cabeludo e barbudo, na realidade ele não tinha barba nem cabelos longos por ser da cavalaria. A imagem republicana procura assossiar a imagem dele a de Jesus Cristo o símbolo de salvador, assim como Jesus salvou os homens, Tiradentes tentou salvar seu povo, tornando mito o homem.
Não escrevo este texto para menospresar Xavier que fora um homem invejável por lutar contra a opressão, salutar a todo grande homem da história. Escrevo esse texto mais para relativizar o mito que o homem. Tiradentes defendia a libertação dos escravos e a reforma agrária. Desde aquela época defender tais bandeiras resulta em morte.