O túmulo de São Paulo


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A Reuters publicou que o Vaticano, através do próprio Sumo Pontífice, revelou que a Igreja de São Paulo Extramuros, em Roma, foi objeto de uma análise científica.
O referido templo, há 19 séculos, guarda o que historicamente se afirma ser a relíquia de São Paulo: a Santa Sé jamais permitiu a abertura do túmulo, alegando a não profanação dos restos mortais do santo.
Sempre houve controvérsias a respeito da veracidade da relíquia da São Paulo Extramuros, devido a alegação de que, na Idade Média, muitos mitos a respeito de relíquias foram criados pela Igreja, a fim de atrair fiéis.
Dúvida similar é alimentada a respeito das relíquias do próprio apóstolo Pedro, na Basílica Prima da Santa Sé, a Igreja de São Pedro, dentro do Vaticano.
Para surpresa de todos, o Papa revelou que a Santa Sé permitiu a “profanação” do túmulo do apóstolo Paulo, a fim de averiguar a veracidade da relíquia.
Foram as palavras de Sua Santidade: “uma análise científica parcial no túmulo onde estão as relíquias de São Paulo, nunca aberto em 19 séculos, revelou a presença de fragmentos de ossos humanos que pertenceriam ao apóstolo”.
Bento XVI explicou, a um surpreso público que fora à São Paulo Extramuros ouvir-lhe sobre as comemorações paulinas, que "uma minúscula perfuração foi realizada para introduzir uma sonda especial, que permitiu retirar do túmulo minúsculos fragmentos de ossos; os testes com Carbono 14 demonstraram que pertenceram a uma pessoa que teria vivido entre o 1º e o 2º séculos".
O Papa, no entanto, evitou usar o presente do indicativo, flexionando o verbo sempre no futuro do pretérito: "isto parece confirmar a tradição unânime de que se trataria dos restos mortais do apóstolo Paulo".
O pronunciamento do Papa sobre o assunto foi rápido e evasivo, deixando duas perguntas a serem respondidas: porque a Santa Sé resolveu, sem maiores aparentes motivos, permitir a profanação do túmulo? Se a análise foi parcial, haverá uma análise completa em andamento?

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