Posted by BLOG DO BRUNO MARQUES in on 07:15
Se eu fosse assessor político do prefeito Marió Kató, o conselho que eu lhe daria nesta crise da destruição da ponte Tibiriçá, seria o de pedir desculpas a população, e dar-lhe a sua explicação. Seria digno de louvor esta atitude (não esqueçamos que a humildade é uma virtude magnífica), pois de fato a população desaprovou a destruição, e por tanto merece desculpas, não é o que devemos fazer sempre que somos indelicados com alguém? Tenho certeza de que alguém deve ter dado este conselho a ele, logicamente, porém deve ter parecido para alguns dos pensadores do governo que poderia parecer sinal de fraqueza, uma análise completamente equivocada. O único evento que poderia redimir o Marió seria um pedido de desculpas, principalmente se o que ele elegou ao Liberal for verdade, a destruição da ponte ocorreu por problema de comunicação e comando na realização da obra, realmente tinha muita gente dando pitaco lá.
E pior, a emenda saiu pior que o soneto, já leram a minúscula nota que saiu no Jornal Destak que está com uma bela capa com o tema do Círio?
Irei reproduzi-la: Patrimônio histórico não é o que se guarda na memória, mas o que está tombado oficialmente.
Se lermos sem muita atenção, parece até uma explicação inteligente, porém é uma explicação no mínimo ridícula.
Observem a tese: Patrimônio histórico não é o que se guarda na memória, como assim? É claro que não é, óbvio que não é, por isso devemos preservar, pois se for destruído deixa da ser patrimônio histórico e passa a ser apenas memória.
O mais ridículo é o argumento da tese: mas o que está tombado oficialmente. Meu Deus! Quanta ignorância, o argumento de defesa dos caras aumenta ainda mais a culpa do Marió, como pode uma defesa que prejudica o defendido?
Se só é patrimônio histórico o que está tombado oficialmente, e se quem tem o dever legal de tombar é a prefeitura, se a prefeitura não cumpre seu papel legal, isso demonstra ou não maior descaso com o conjunto do nosso patrimônio histórico? Parece ou não cômodo a um governo leniente postergar o tombamento de seu patrimônio histórico para não ter responsabilidades. O caso Tibiriçá pode até não ter sido culpa do Marió, pode ter sido apenas problema de comunicação como ele disse, mas não tombar o patrimônio para que ele não seja considerado patrimnio histórico, isso é muito mais grave. Praticamente o governo está confessando que cultura e nada é a mesma coisa para ele.
Conversei ontem com o amigo e vereador Tony Lisboa, logicamente pergutei-lhe sobre a responsabilidade da Câmara no incidente, se não deveria ter autorização deles. Ele disse-me que precisaria, se o patrimônio fosse tombado, como não era. Percebem como é cômodo para a prefeitura postergar o tombamento.
Ele revelou-me ainda que há mais de ano vem tentando tombar o Círio, e não consegue porque a Secretaria de Cultura não tem conselho. Imaginem se a secretaria não tem conselho, não pode promover tombamento nem captar recursos, pois uma das funções do conselho é a fiscalização do uso das verbas.
Isso é mais uma demonstração do pouco caso com a cultura no município.
Essa justificativa palaciana trás um efeito colateral para o Jornal Destak, não trazer uma matéria sobre o principal assunto do ano na cidade, com repercussão em O Liberal, Amazônia e até no Barra coloca em cheque a credibilidade do jornal, acho que a linha editoral do jornal deve ser mudada, é possível fazer um jornal palaciano, sem omitir temas de relevância, tinha que ter uma matéria com a defesa do prefeito, mas uma defesa boa, não essa loucura que foi feita.