QUEM DECIDE A ELEIÇÃO

Estive pensando nestes últimos dias sobre quem decide a eleição em Santa Izabel, que classe social precisa ser conquistada para se ter a vitória nas eleições.

Antes, assim como no início da república romana, quem decidia as eleições em Santa Izabel eram as famílias, principalmente as do interior que são mais numerosas, por causa deles o seu AD conseguiu dois mandatos, porém hoje não acredito mais que as famílias possam decidir quem governa Santa Izabel, mesmo porque a família enquanto célula eleitoral não existe mais, foi-se o tempo em que filhos e netos votavam naquele que era indicado pelo patriarca.

Hoje acontece em Santa Izabel o que aconteceu em Roma no início do Império, com o processo de conquistas de território Roma se tornou uma cidade populosa com quase um milhão de habitantes, com pessoas de toda parte do império, neste novo contexto social, bem compreendido por César, que o general, pois fim à república e tornou-se, na minha opinião, o primeiro imperador romano, os historiadores dizem que foi seu sobrinho O Augusto.

Em Santa Izabel aconteceu o mesmo, pela nossa proximidade a Belém, muitas pessoas de outros lugares vieram morar aqui, com destaque para os bujaruenses. Esse novo contingente populacional vai alocar-se nas invasões que surgem neste período: primeiro o Jardim das Acácias, depois Novo Horizonte, Sagrada Família, Florestal e algumas outras como a que tem ao entorno do corpo de bombeiros, tem outra depois da invasão do Sagrada (invasão da invasão).

Na minha opinião, quem decide o futuro prefeito de Santa Izabel é esta classe social, não estas pessoas em si e apenas, mas a mentalidade que elas reforçam. Vou denominar esta mentalidade de "MT" - Mentalidade Technomelody. São pessoas que escutam Technomelody em celular em altura desproporcional em qualquer ambiente, inclusive em salas de aula, que abrem o tampão do carro para escutar em altura super-híper desproporcional o Technomelody em qualquer lugar, são as pessoas que estão lá no Terreirão Central sempre. Creio que deva ter ficado cloro ao leitor mais astuto, após esso rol exemplificativo de comportamento que demonstram a MT, que esta mentalidade não encontra barreira em cor, sexo, idade, classe social econômica, zona rural ou urbana. Trata-se de uma mentalidade difundida em toda a sociedade. É esta mentalidade que as pessoas que decidem a eleição em Santa Izabel tem.

A questão que se coloca então é: Como conquistar o voto destas pessoas para por conseguinte conquistar o poder? Esta é uma reflexão que eu sugiro aos candidatos que querem este poder.

César conquistou a mentalidade dominante do povo romano entregando-lhes em praça pública e em seu nome parte de seus espólios de guerra, quando, após a conquista da Gália que durou 10 anos, César cruzou o Rubicão de volta a Roma, já era o primeiro imperador romano.

E hoje, na sociedade pós-moderna, esse método de César daria certo? Encontraria o mesmo êxito? Seria capaz de dar o poder do Estado a um homem?

Parece-me que em uma disputa presidencial, isso não teria mais êxito, ou o Bolsa Família é exatamente a repartição do espólio do império? Em uma eleição para governador, talvez não desse mais certo, entrementes, em uma eleição municipal, tenho a impressão que o método necessário para chegar ao poder é este, as pessoas de MT paracem não conhecer outra linguagem, se não for a do clássico instrumento do poder panis et circensis. Dei-lhes uma aparelhagem e ganharás a eleição.

Não estou propondo aqui uma avaliação axiológica dessa constatação, a intenção é apenas constatar uma realidade que eu concebo, apenas isso! E para que o leitor deste blog conheça a compreensão que eu tenho desta faceta do atual cenário político de nossa república. 


Volto a este tema amanhã, quero aprofundar a reflexão sobre a necessidade de se usar os mesmos métodos de César para se conquistar o poder municipal e sobre as possíveis formas de um candidato vencer sem usá-lo (se é que é possível).