Obama declara apoio a um Estado palestino soberano

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou ontem o apoio norte-americano à formação de um Estado palestino nas fronteiras de antes da Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando Israel invadiu a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, territórios previstos para a futura nação, além de Jerusalém Oriental e as colinas de Golã. A península do Sinai, ocupada pelos israelenses no mesmo conflito, foi devolvida por fases ao Egito, de 1979 a 1982.


“O povo palestino deve ter o direito ao autogoverno e a atingir seu potencial, em um Estado soberano e contínuo”, disse Obama, em um discurso sobre o mundo árabe e o Oriente Médio no Departamento de Estado. Ressaltou, contudo, diversas vezes que a segurança do Estado judeu é uma prioridade dos EUA.

Ele afirmou que a retirada das tropas israelenses dos territórios palestinos deve ser acompanhada do compromisso das forças palestinas de garantir uma fronteira segura e pacífica. O apoio não deve agradar Israel, na véspera da visita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu à Casa Branca. Netanyahu defende que as fronteiras do Estado palestino sejam definidas através de negociação.

Os norte-americanos lançaram em setembro passado um novo esforço diplomático para retomar o diálogo direto de paz entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP). Mas, as conversações ficaram estagnadas desde que os israelenses rejeitaram a extensão de uma moratória sobre novas moradias em assentamentos judeus em território palestino.

Desde então, as lideranças palestinas apostam em uma campanha para obter reconhecimento internacional e da Organização das Nações Unidas (ONU) a um Estado dentro das fronteiras anteriores à guerra de 1967. A organização deve votar em setembro sobre a criação de um Estado palestino.

Obama também cobrou ação dos palestinos e alertou que “atos simbólicos para isolar Israel” na ONU, em uma aparente referência ao esforço palestino, não criarão um Estado independente. O presidente pediu concessões dos dois lados e alertou que o processo não será simples, com temas polêmicos como o futuro de Jerusalém e os palestinos refugiados. (da Folhapress)

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A declaração foi uma mudança na política norte-americana, que até então defendia que a demanda palestina por estes territórios deveria ser reconciliada com o desejo de Israel por um Estado judeu de fronteiras seguras.

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