QUEM NOS DÁ O DIREITO?

O Estado do Tapajós pode até não sair, mas o de Carajás sai, nem que seja na marra. Motivo: cultura.
A região Oeste do Pará apresenta identidade cultural com a região Nordeste, mantém costumes e hábitos comuns, porém entre a região Sul e o restante do Estado, a cultura e totalmente distinta. Tamanha é a diferença cultural, que vai da linguística à alimentação, que eles nem se sentem paraenses, isso ocorre por causa dos projetos federais de desenvolvimento da Amazônia ao longo dos tempos, principalmente no governo militar que incentivou a vinda de muitos imigrantes de outras regiões do país. Existe nesta região um grande número de mineiros, goianos, paranaenses... que nunca assimilaram a nossa cultura, transplantaram a deles. Eles não se sentem paraenses, não querem ser paraenses, que direito nós temos de forçá-los a ser o que não querem? O que legitima forçar alguém a ser algo que não quer? É legítimo alguém forçar o próximo à submissão? Como pode o rio não procurar o mar? Como pode o pássaro cativo, não buscar a liberdade?
 Acredito que se sair o Estado de Carajás, ele sé tornará em um Estado desenvolvido e organizado em pouco tempo, em virtude da riqueza que possui e do trabalho de seu povo que tem no trabalho sua principal característica é algo parecido ao ascetismo religioso de Weber que propiciou o surgimento da indústria. Quando se conversa com um jovem de Redenção, ele pensa primeiro em um trabalho, depois em estudo, um jovem de nossa região pensa antes em seus estudos que em trabalho. Dou este exemplo para mostrar como esse povo está focado no trabalho, essa é uma amostra da mentalidade dos paraenses do Sul do Pará.
A justificativa para a criação do Estado do Tapajós é política e econômica, a do Estado de Carajás além de política e econômica, é sobretudo cultural.