MATURIDADE

Ontem falei sobre tempo e maturidade, acordei com este mesmo pensamento. Lembrei-me de um jogo que disputei pelo campeonato izabelense sub-15, o jogo foi no campo da Santa Lúcia.

Eu jogava no MASP time do seu Abraão do juazeiro, o jogo estava 1 x 0 para o outro time, era semi-final, foi um jogo difícil, apesar do nosso domínio, até por causa do resultado negativo.

Eu percebi que o goleiro deles sempre que pegava a bola para recolocá-la em jogo, quicava-a três vezes no chão. Em dado momento em um ataque frustrado, eu era o atacante, eu não voltei rápido como de costume, fiz-me de morto atrás da linha do gol, quando o Miró deu a primeira quicada, eu aguardei um pouquinho e corri, peguei a bola caindo ao chão para a segunda quicada e toquei para o Robertinho que ficou de cara para o gol na linha da grande área, deixei sem goleiro e o Robertinho chutou por cima do travessão, foi nossa melhor chance no jogo que acabamos perdendo.

Se eu tivesse a época a mentalidade e maturidade de hoje, eu mesmo teria feito o gol, de letra, era só não ter tocado para trás, era só tocar de letra para dentro do gol, eu tomei a bola a menos de um metro da linha do gol, preferi tocar por medo de errar, eu era um atacante que tinha medo de arrematar em gol por medo de errar, talvez por isso eu fosse o reserva.

Hoje não tenho mais esse medo, acho muito bom não ter receio de errar, hoje considero que o maior erro é não tentar, isso tornou-se parte de minha personalidade.

Neste sentido, e só neste, é que considero o envelhecimento uma dádiva.